A Motivação através dos Quatro Pensamentos que Transformam a Mente


Objetivo: Brotar em cada um a vontade de avançar no caminho.

Quando a nossa vontade flutua, quando nos arrastamos para paisagens flutuantes, precisamos retomar o foco e motivação.

Aquilo que está mais na base são os quatro pensamentos que transformam a mente. A gente escuta “bom fazer o que é real isso, não tem escapatória”:

1.       Tenho uma vida humana preciosa

2.       Os Ensinamentos existem

3.       A impermanência (mudança constante) das coisas existe

4.       Eu tenho estruturas cármicas vivas, tenho estruturas cármicas latentes ou carmas primários, quando isso aflora inevitavelmente faço coisas equivocadas que eu me dou conta depois; isso produz sofrimento para mim e para os outros; estou preso nessa experiência cíclica, eu tento fazer coisas melhores, faço e depois afundo para coisas piores e vou oscilando.

Logo é necessário aproveitar o tempo.

Então de novo e de novo voltamos pra esse ponto.

Esse é um raciocínio auto-centrado (os 4 pensamentos que transformam a mente): “eu aquilo, eu isso, eu tenho essa vantagem vou aproveitar isso ou aquilo”

Por que esse pensamento auto-centrado é útil? Porque quando nós estamos em crise estamos auto-centrados. Então temos que falar dentro de uma linguagem auto-centrada. Mas se vocês observarem esse pensamento auto-centrado logo em seguida ele se amplia. Quando entendemos isso logo fazemos o voto de beneficiar os seres.

Então a motivação inclui isso, essa retomada e quando entendemos o que significa o “andar” nós nos interessamos de uma forma mais ampla pelos seres. A compaixão é muito importante pelo que nós podemos fazer pelos outros seres, mas especialmente, a compaixão é importante por que nós abrimos nosso horizonte. Nós estamos auto-centrados e fechados e isso já faz parte de uma estrutura de ignorância que nos conduz aos infernos, ao sofrimento direto. Então nós precisamos abrir isso um pouco.

A primeira forma de abrir é ser capaz de ver os outros seres, especialmente aqueles mais queridos que nós temos mais contato.

Se o nosso olho alcança os OUTROS o que acontece?  Nós saímos do peso do auto-centramento. Auto-centramento é um peso.   Muitas pessoas pensam que é uma grande inteligência ficar auto-centrado, mas é o caminho do inferno. Ali dentro não se vai a lugar nenhum.

Naturalmente nossa mente é ampla. Ela pode se prender à paisagens e bolhas estreitas. O auto-centramento é uma bolha. Nós somos capturados por uma paisagem limitada. Ela dá problemas. Dá problemas em várias direções.

Uma percepção mais ampla, torna nossa vida melhor. Uma percepção mais estreita, nos limita e traz sofrimentos.

Estar em uma bolha estreita nos leva a fazer sempre as mesmas coisas, limitados, estreitos pela limitação que nós próprios criamos.

A motivação é muito importante pois ela nos faz ter vontade de ampliar essa visão.


Padma Samten

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