Concentração

A dispersão é um amplificador dos problemas e das dificuldades. Quanto mais dispersão, mais desperdício de energia e mais distanciamento do foco.

A identificação de soluções de problemas, ou da raiz das dificuldades geralmente é simples, mas um instrumento se mostra importante: a concentração.

Sem concentração não se vai a lugar nenhum. E há o risco de se passar próximo da solução sem, nem mesmo se aperceber dela.

A concentração é vital no processo de elevação.Sua ausência acarreta ansiedade e desgastes. Sua prática leva a possibilidades magníficas: a expansão é uma delas. Só com concentração pode haver a expansão.

Voltar-se para dentro é um passo no caminho da maestria de sua própria vida.

De fato, a maestria de nossas vidas passa pelo reconhecimento e aprendizado de nossos valores intrínsecos, de nossas qualidades inatas, de nossos poderes latentes e de talentos pessoais que devem ser desenvolvidos.Isso tudo só pode aflorar após o reconhecimento destes aspectos, e de saber como fazer uso deles.


A concentração nos ajuda nessa caminhada.

Quando formos capazes de experimentar tudo isso em essência, em forma de semente concentrada, conscientes do que ela contém, é que a expansão de toda aquela energia poderá acontecer, levando o brilho da luz que nos envolve a todos aqueles que conosco entrarem em contato, através de qualidades, valores, poderes ou talentos.

Estaremos cientes da origem das manifestações – a semente, e da íntima ligação entre esta e tudo que dela foi gerado.No fundo, na nossa essência, somos sementes e nossas manifestações são formas de expansão.

A perda da concentração e tudo que acarretou essa perda nos levou a nos conectar com cada aspecto manifestado e não com o que foi responsável por tal manifestação.

O momento da nova era é o de restabelecer conexão com a semente que a tudo gerou. Começando por buscar isso interiormente.

A essência ainda tem seu aroma vivo. Quanto mais nos aproximarmos dela, mais o sentiremos.Esse aroma não é físico e não necessitamos usar instrumentos externos para sua busca.

O coração identifica essa mensagem de forma clara.Ele contém o saber, para identificar e nos mostrar a essência que buscamos. A concentração dos pensamentos deve ser dirigida ao aconchego do coração, para lá repousar e se deixar estar, como que viajantes confortavelmente acomodados em um veículo que os levará à essência buscada.

Com o acessar desta essência e através de “insights” surgidos naturalmente, haverá seu desdobramento em qualidades, potencialidades , virtudes e talentos.

Quando a concentração se manifesta, os frutos acontecem. A expansão da luminosidade, que a tudo pode clarear, nasce de uma fonte de luz.

Devemos colocar a nossa mente à disposição de nosso coração e não o contrário. O coração está capacitado a nos conduzir a essa fonte de luz que, como num lance de mágica, pode dar clareza a tudo que antes estava obscuro ou confuso.

Mas, para o desenvolvimento da prática da concentração, os pensamentos devem ser retirados das aparências do mundo exterior. Esse é o esforço maior que deve ser praticado, de tempos em tempos: voltar-se para dentro, concentrando-se como um cristal que guarda toda sua essência dentro de si, e então, depois, expandir sua luz ao mundo exterior, através de sua própria expressividade natural.


Herbert Santos

Intuição.com – Você na Nova Era

“Não alimente o que deve morrer. Não semeie o que não deve nascer”

Sua fortaleza será tanto maior quanto mais firmemente você se pautar por essa Lei. 

De "O segredo dos pioneiros" - Trigueirinho http://www.trigueirinho.org.br/textos/php/o_segredo_dos_pioneiros.php

Apegos

Porque existem certas atitudes e preferências de que não gostamos de largar, envolvemo-nos sempre em situações difíceis e experimentamos conflitos interiores. 

Às vezes renunciamos a coisas importantes - nosso dinheiro, nosso lar, nossas propriedades - sem muita dificuldade. Mas os apegos emocionais - tais como o elogio e a censura, o ganho e a perda, o prazer e a dor, as palavras bondosas e as ásperas - são muito sutis. Estão além do nível físico; existem na personalidade ou na auto-imagem, e não estamos dispostos a deixá-los partir. 

Temos também certas atitudes e preconceitos, geralmente escondidos, de que não gostamos nem sequer de tomar conhecimento. 

Nossos apegos exercem uma influência magnética, que nos retém num lugar como se estivéssemos na prisão. É difícil dizer se essa força controladora provém de nossos atos passados, do nosso medo da morte ou de alguma origem desconhecida; o fato é que não podemos nos mover - e, assim, toda a sorte de frustrações e conflitos nos ataca, criando mais frustração e mais sofrimento. 

As pessoas estão dispostas a ir para a guerra e até a renunciar à vida por uma causa, mas não podem renunciar às causas de seu sofrimento. É um mistério o modo com que certas fixações psicológicas nos dominam com tanta força que não podemos abnegar delas. 

Podemos observar cuidadosamente nossos padrões de vida, e até podemos vir a aceitar a maneira como os mais sutis agarramentos e negatividades nos causam sofrimento. À proporção que crescem nossa compreensão e nossa percepção, vemos a importância de trabalhar através de nossas emoções, apegos e negatividades, e vemos também que a solução final vem de dentro. Nesse momento, em que de fato despertamos para a nossa penosa condição, começamos a mudar nossas atitudes mais íntimas e pode operar-se algum progresso verdadeiro. 

De "Gestos de Equilíbrio" - Tarthang Tulku
E-book disponível em: http://books.google.com.br/books?id=6uL0jdfsa2oC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

Fuga

NO INÍCIO... O ENTUSIASMO

No início de um novo projeto, tudo tem vigor e tudo nos entusiasma. Inúmeras possibilidades se abrem diante de nós; nossa esperança alça vôos, e nossa energia e animação são ilimitadas. Porém, conforme os problemas vão aparecendo, o entusiasmo inicial talvez comece a se desgastar. 

O futuro perde algumas das suas promessas, e nossa vontade e determinação podem vacilar. Parece muito mais fácil procurarmos formas de evitar o trabalho do que deixarmos inspirar pelos desafios que ele oferece.


RETENDO ENERGIA

Quando o trabalho nos faz solicitações difíceis, nossa opção pode ser a de reter a nossa energia. Como não nos colocamos no trabalho, nossa energia se torna dispersa e confusa, e começamos a divagar, de um dia para outro. 

Vemo-nos buscando desculpas para não trabalhar de modo eficiente: não estamos nos sentindo bem ou precisamos de mais tempo. assim que distrações aparecem, logo acorremos a elas, fazendo pausas frequentes ou saindo para fazer coisas desnecessárias, talvez parando pelo caminho para conversar com um amigo. 

No final do dia, foi muito pouco o que o nosso tempo rendeu.  No entanto, se encarássemos nosso trabalho de forma direta, talvez fôssemos descobrir que ele é bem menos ameaçador do que tememos; perdemos, porém a oportunidade de ter essa percepção.

FUGIR OU ENCARAR?

Frequentemente, escolhemos fugir de um problema em vez de encará-lo honestamente. Todavia, ao fazer essa escolha, privamo-nos da oportunidade de crescer e de aprofundar nosso autoconhecimento.  Talvez acreditemos poder resolver nossos problemas escapando deles, mas eles simplesmente não vão embora. 

Podemos tentar fazer mudanças radicais em nosso modo de vida: mudar de emprego, obter um divórcio ou arranjar novos amigos. Na superfície, essas mudanças parecem resolver nossos problemas; mais cedo ou mais tarde, porém, o novo estilo de vida pode se mostrar tão decepcionante quanto aquele que deixamos para trás.


APRENDEMOS A FUGIR, DESDE PEQUENOS

Fugir de nossas dificuldade é um hábito que aprendemos quando crianças. Quando uma criança se depara com algo que não deseja, ela usa toda uma série de manobras para evitar a situação, tais como chorar, esconder-se ou brigar. Se o pais se mostram complacentes com esse comportamento, considerando-o natural e tipicamente infantil, acabam reforçando uma atitude que poderá vir, mais tarde a prejudicar o filho na vida.

A não ser que sejamos ensinados a encarar nossos problemas diretamente e a trabalhar com eles, os padrões de fuga se repetirão na escola, com os amigos e com a família; eles podem passar a ser um modo de agir aceito como natural.


EVITAR RESPONSABILIDADES

Evitar responsabilidades é uma maneira comum de escapar de situações difíceis e exigentes. Guardamos nossa energia, fazendo menos do que somos capazes. Quando surgem problemas, alegamos haver muitas limitações que nos impedem de funcionar eficazmente, ou talvez culpemos os outros pela nossa ineficiência. 


VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL?

Podemos até conseguir convencê-los de que fizemos o melhor que podíamos. Como sabemos que não estamos empregando toda a nossa energia no trabalho, e que os resultados acabarão por refletir isto, usamos uma série de artifícios e jogos para dar a impressão de que estamos trabalhando da melhor maneira possível.

Se não damos suporte ao nosso trabalho e um insucesso parece provável, podemos até tentar nos convencer que não existia nada que éramos, de fato, capazes de fazer.


ANDANDO EM CÍRCULOS?

Podemos nos sentir aliviados quando conseguimos fugir dos nossos problemas mas, na realidade, fugimos muito pouco. Os problemas continuam a aparecer sob outras formas, seja no trabalho, seja nos nossos relacionamentos pessoais. É como se estivéssemos correndo sobre uma esteira rolante, sempre passando pelas mesmas cenas, sem nunca chegar a lugar algum.

A fim de quebrar este padrão de fuga, precisamos examinar nossas atitudes e sentimentos cuidadosamente, e assumir uma forma mais direta e honesta de lidar com o nosso trabalho e com a vida.


ESQUIVANDO-SE

Ao observarmos nossos padrões de fuga, vemos que quase tudo pode nos oferecer um meio para nos esquivarmos. 

No trabalho, as interrupções nos proporcionam várias oportunidades de evitar coisas que preferíamos não fazer. As atividades dos momentos de lazer podem, facilmente, se tornar um substitutivo que nos exime de lidar com os nossos problemas. Conversar com um amigo sobre nossas dificuldades pode nos manter afastados de encontrar soluções dentro de nós mesmos.

Quando examinamos nossas ações e hábitos com honestidade, talvez descubramos que mesmo as ações mais simples podem ser motivadas por um desejo de fuga.


COMPREENDENDO NOSSO ESCAPISMO

Uma vez que tenhamos compreendido como tentamos escapar dos nossos medos e dificuldades, podemos decidir mudar esse padrão. Da próxima vez que você se deparar com um problema e se sentir buscando uma maneira de contorná-lo, pode tomar uma decisão consciente de redirecionar sua energia, entrar no problema e encontrar uma solução.

Embora você possa no início, sentir resistência com relação a isto, os sentimentos positivos que aparecem quando você encara o trabalho e a vida de forma honesta, fortalecerão sua capacidade de se por frente a desafios no futuro e o incentivarão a crescer.


A ENERGIA DA SUPERAÇÃO

Quando pesamos com honestidade nossa motivação, nossas atitudes, forças e fraquezas, começamos a enxergar um lado mais profundo da nossa natureza, do qual podemos extrair uma energia vital que empresta verdadeiro significado às nossas vidas.

Quando soubermos aproveitar as oportunidades que o trabalho nos oferece de nos defrontarmos com as nossas dificuldades e superá-las, seremos capazes de desafiar até mesmo os problemas mais severos com habilidade, descontração e competência.


CAMINHO: MUDAR NOSSO INTERIOR

Nossa inquietude, nosso constante desejo de fuga se arrefecerá quando percebermos que a única mudança efetiva que nos é dada realizar ocorre dentro de nós mesmos. Descobrimos que a alegria e a satisfação se encontram dentro de nós; basta nos darmos tempo para procurá-las.

Quando fazemos isto, aprendemos a superar a tendência de fugir às nossas responsabilidades. Substituímos essa tendência por uma abertura em relação aos outros, por uma perspectiva equilibrada diante da vida e por uma capacidade mansa, mas persistente, de realizar tudo o que nos propomos.

Este ó caminho para se viver uma vida saudável e satisfeita, para saborear os desafios que ampliam o nosso potencial, aumentando os benefícios disponíveis a todos nós.



Tarthang Tulku
O Caminho da Habilidade: 
formas suaves para um trabalho bem-sucedido






Compreender...


Certamente, um homem que compreende a vida, não necessita de crenças. Um homem que ama não tem crenças; ama. O que tem crenças é o homem consumido pelo intelecto, porque o intelecto está sempre buscando segurança, proteção, sempre está evitando o perigo e, por isso, engendram ideias, crenças, ideais, atrás dos quais possa se proteger. 

O que acontecerá se você abandonar a violência diretamente agora? Seria um perigo para a sociedade; e devido a mente antecipar o perigo, diz: "Alcançarei o ideal de não violência dentro de dez anos", o qual é um processo fictício, falso...

Compreender o que é, é muito mais importante do que criar e seguir ideais, dado que os ideais são falsos e o que é, é o real. 

Para compreender o que é se requer uma enorme capacidade, uma mente rápida e livre de preconceitos. Devido ao fato de que não queremos afrontar e compreender o que é, inventamos as numerosas vias de fugas e lhe damos formosos nomes, tais como ideal, crença, Deus. 

Certamente, só quando vejo o falso como falso, minha mente é capaz de perceber o verdadeiro. Uma mente confundida pelo falso jamais pode encontrar a verdade. Portanto, devo compreender o que é falso em minhas relações, em minhas ideias, nas coisas que estão ao meu redor, porque perceber a verdade exige que se compreenda o falso. 

Sem eliminar as causas da ignorância, não pode haver iluminação; buscar a iluminação quando a mente se debate com a ignorância é absolutamente vão e sem sentido. Por conseguinte, devo começar a ver o falso em minhas relações com as ideias, com as pessoas, com as coisas. Quando a mente vê o que é falso, se manifesta o verdadeiro; então, há êxtase, há felicidade. 

Krishnamurti - O Livro da Vida
http://nossaluzinterior.blogspot.com/2012/02/compreender-o-que-e_07.html

Teorias e palavras

E a pessoa fica imaginando por que os seres humanos vivem do modo que vivemos – a luta, o conflito, a confusão, a completa miséria, sofrimento, prazer, e alegrias que logo passam e somos deixados de mãos vazias, amargos, cínicos, não acreditando em nada, ou nos voltamos para a tradição, o que talvez seja a coisa segura a se fazer. 


E mesmo essa tradição está agora perdendo seu poder e se você observar de perto, a mente está agora vivendo não só fisicamente mais muito mais psicologicamente de explicações, livros, escrituras, a Bíblia, e o Corão.

O que acontece com a mente que vive baseada em livros – o que todos nós estamos fazendo, não apenas nas escolas, faculdades, universidades, mas também religiosamente? Estou usando a palavra “religioso” no sentido comum da palavra. E quando a pessoa vive baseada no livro, vivemos baseados em palavras, em teorias sobre o que outras pessoas disseram. E quando a pessoa vive desse jeito, a degeneração obviamente vai ocorrer. Ou você volta para o livro como o mundo islâmico está fazendo, e usa isso como autoridade – brutal, dogmática e destrutiva.

E neste país também, os indianos, os hindus, qualquer que seja o nome deles, vocês vivem de acordo com o livro, com o que outros disseram, que vocês aceitaram, as explicações e as explicações sobre as explicações e assim por diante. E quando frente à crises, esta civilização que existe talvez por três mil anos ou mais, entra em colapso, a degeneração acontece, corrupção em todos os níveis da vida – os gurus industrializados, os homens de negócio, os religiosos, a coisa toda está em colapso.

Krishnamurti

Meditação

Meditação, junto com essa calma e deserta estrada, chegou como a chuva suave sobre as montanhas; chegou fácil e naturalmente como a noite que surgia. 

Não havia esforço de qualquer tipo e nem controle com suas concentrações e distrações; não havia ordem nem busca; nem negação ou aceitação nem qualquer continuidade da memória na meditação. O cérebro estava consciente de seu meio mas reconhecendo sem reagir. Estava muito calmo e as palavras haviam findado com o pensamento. 

Havia aquela estranha energia, chame-a de qualquer nome, não importa, profundamente ativa sem objetivo ou propósito; era criação, sem a tela ou o mármore, e destrutiva; não era coisa do cérebro humano, de expressão e decadência. Não era abordável, classificada e analisada, e o pensamento e o sentimento não eram instrumentos de sua compreensão. Estava completamente sem relação com qualquer coisa e totalmente sozinha em sua vastidão e imensidão. 

E caminhando ao longo daquela estrada sombreada, havia o êxtase do impossível, não da aquisição, de conseguir, sucesso e todas as demandas imaturas e reações, mas a solidão do impossível. O possível é mecânico e o impossível pode ser imaginado, tentado e talvez alcançado, o que afinal o torna mecânico. Mas o êxtase não tem causa nem razão. Simplesmente está ali, não como uma experiência mas como fato, não para ser aceito ou rejeitado, para se argumentar sobre ele e dissecá-lo. 

Não é uma coisa para ser procurada pois não há caminho para ele. Tudo tem que morrer para ele estar, morte, destruição que é amor. Um trabalhador pobre e exausto, com roupas sujas e gastas, voltava para casa com sua vaca esquálida. 

Krishnamurti

Silêncio, a oração mais elevada

De acordo com Teresa de Ávila, a oração mais elevada é a do silêncio. (...) Jesus nos ensinou ao dizer:

"Quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará" (Mt 6:6). 

Em outras palavras, Jesus recomenda que retiremos nossa consciência para a caverna de nosso coração, para a essência de nosso ser, fechemos as portas dos sentidos e da mente, um óbvio paralelo ao recolhimento da quinta etapa do processo de ioga de Patanjali (pratyahara), e permaneçamos em silêncio, sem palavras e pensamentos, criando as condições para que a pura luz de buddhi, a intuição, possa filtrar-se dos planos mais elevados, de onde tudo vê em segredo, atravessando nossa mente totalmente aquietada, para finalmente deixar sua impressão em nosso cérebro, registrando assim o conhecimento superior, a recompensa do Pai, em nossa consciência. 

Os Ensinamentos de Jesus e a Tradição Esotérica Cristã - Cap. 21 - Oração e Meditação http://www.levir.com.br/raul.php?msg=41

O descontentamento inevitável

A coisa real é o descontentamento do homem, o descontentamento inevitável. Ele é algo precioso, uma jóia de grande valor. Mas o homem tem medo do descontentamento, ele o dissipa, o usa ou o deixa ser usado para produzir certos resultados. O homem está amedrontado com seu descontentamento, mas este é uma jóia preciosa, de valor inestimável. Viva com ele, observe-o dia após dia, sem interferir com os seus movimentos, então é como uma chama consumindo toda a impureza, deixando o que não tem morada nem medida. 

Krishnamurti
http://nossaluzinterior.blogspot.com/2011_11_01_archive.html

Pai Nosso


Uma oração como o Pai Nosso, quando proferida lentamente pelo devoto, procurando vivenciar em seu coração o significado de cada palavra e de cada ideia, torna-se um poderoso instrumento de elevação espiritual. O Pai Nosso, por exemplo, pode levar-nos às alturas espirituais quando recitado em atitude meditativa. 

No entanto, não basta a enunciação oral ou mental das palavras da oração. O mais importante é nossa intenção e prática de vida relacionada com as idéias contidas na oração. A paráfrase anônima a seguir exemplifica esse conceito:

Se em minha vida não ajo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor. Será inútil dizer: PAI NOSSO. 

Se os meus valores são representados pelos bens da terra. Será inútil dizer: QUE ESTAIS NO CÉU. 

Se penso apenas em ser cristão por medo, superstição e comodismo. Será inútil dizer: SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME. 

Se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e futilidades. Será inútil dizer: VENHA A NÓS O VOSSO REINO. 

Se no fundo o que eu quero mesmo é que todos os meus desejos se realizem. Será inútil dizer: SEJA FEITA A VOSSA VONTADE. 

Se prefiro acumular riquezas, desprezando meus irmãos que passam fome. Será inútil dizer: O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE. 

Se não me importo em ferir, injustiçar, oprimir e magoar aos que atravessam o meu caminho. Será inútil dizer: PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO. 

Se escolho sempre o caminho mais fácil, que nem sempre é o caminho do Cristo. Será inútil dizer: E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO. 

Se por minha vontade procuro os prazeres materiais e tudo o que é proibido me seduz. Será inútil dizer: LIVRAI-NOS DO MAL... 

Se sabendo que sou assim, continuo me omitindo e nada faço para me modificar. Será inútil dizer: AMÉM.


Os Ensinamentos de Jesus e a Tradição Esotérica Cristã - Cap. 21 - Oração e Meditação

Como K chegou ao seu grau de compreensão



Pergunta: Pode dizer-nos como chegou a este grau de compreensão?


Krishnamurti: Receio que fosse demorar muito tempo, e pode ser muito pessoal. Em primeiro lugar, Senhores, eu não sou um filósofo, não sou um estudante de filosofia. Penso que aquele que seja apenas estudante de filosofia está já morto. Mas vivi com toda o gênero de pessoas, e fui criado, como talvez saibam, para levar a cabo uma certa função, um certo cargo. Mais uma vez, isso significa “explorador”. E era também o dirigente de uma enorme organização em todo o mundo, para fins espirituais; e vi a falácia disso, porque não se pode conduzir os homens à verdade. Só se pode torná-los inteligentes através da educação, o que nada tem a ver com sacerdotes e os seus meios de exploração – as cerimônias. Portanto dissolvi essa organização; e, vivendo com as pessoas, e não tendo uma idéia fixa sobre a vida, ou uma mente limitada por um determinado contexto tradicional, comecei a descobrir o que, para mim, é a verdade: verdade para toda a gente – uma vida que se pode viver saudavelmente, sensatamente, humanamente, não baseada na exploração, mas nas necessidades. Sei o que preciso, e que não é muito, portanto quer trabalhe para elas escavando um jardim, ou falando, ou escrevendo, isso não é de muita importância.

Em primeiro lugar, para descobrir qualquer coisa, tem que haver um grande descontentamento, um grande questionamento, infelicidade; e muito poucas pessoas no mundo, quando estão descontentes, desejam acentuar esse descontentamento, desejam passar por ele para descobrir. Geralmente as pessoas querem o oposto. Se estão descontentes, querem felicidade, ao passo que, por mim – se me permitem ser pessoal – eu não queria o oposto, eu queria descobrir; e assim gradualmente através de vários questionamentos e através de um atrito contínuo, cheguei a compreender isso a que se chama a verdade ou Deus. Espero ter respondido à pergunta. 

Krishnamurti - Auckland, Nova Zelândia 6 de abril, 1934
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Buda e o tapa em seu rosto

Buda estava sentado embaixo de uma árvore falando aos seus discípulos. Um homem se aproximou e deu-lhe um tapa no rosto. Buda esfregou o local e perguntou ao homem: 

– E agora? O que vai querer dizer? 

O homem ficou um tanto confuso, porque ele próprio não esperava que, depois de dar um tapa no rosto de alguém, essa pessoa perguntasse: “E agora?” Ele não passara por essa experiência antes. Ele insultava as pessoas e elas ficavam com raiva e reagiam. Ou, se fossem covardes, sorriam, tentando suborná-lo. Mas Buda não era num uma coisa nem outra; ele não ficara com raiva nem ofendido, nem tampouco fora covarde. Apenas fora sincero e perguntara: “E agora?” Não houve reação da sua parte. 

Os discípulos de Buda ficaram com raiva, reagiram. O discípulo mais próximo, Ananda, disse: 

– Isso foi demais: não podemos tolerar. Buda, guarde os seus ensinamentos para o senhor e nós vamos mostrar a este homem que ele não pode fazer o que fez. Ele tem de ser punido por isso. Ou então todo mundo vai começar a fazer dessas coisas. 

– Fique quieto – interveio Buda – Ele não me ofendeu, mas você está me ofendendo. Ele é novo, um estranho. E pode ter ouvido alguma coisa sobre mim de alguém, pode ter formado uma idéia, uma noção a meu respeito. Ele não bateu em mim; ele bateu nessa noção, nessa idéia a meu respeito; porque ele não me conhece, como ele pode me ofender? As pessoas devem ter falado alguma coisa a meu respeito, que “aquele homem é um ateu, um homem perigoso, que tira as pessoas do bom caminho, um revolucionário, um corruptor”. Ele deve ter ouvido algo sobre mim e formou um conceito, uma idéia. Ele bateu nessa idéia. Se vocês refletirem profundamente, continuou Buda, ele bateu na própria mente. Eu não faço parte dela, e vejo que este pobre homem tem alguma coisa a dizer, porque essa é uma maneira de dizer alguma coisa: ofender é uma maneira de dizer alguma coisa. Há momentos em que você sente que a linguagem é insuficiente: no amor profundo, na raiva extrema, no ódio, na oração. Há momentos de grande intensidade em que a linguagem é impotente; então você precisa fazer alguma coisa. Quando vocês estão apaixonados e beijam ou abraçam a pessoa amada, o que estão fazendo? Estão dizendo algo. Quando vocês estão com raiva, uma raiva intensa, vocês batem na pessoa, cospem nela, estão dizendo algo. Eu entendo esse homem. Ele deve ter mais alguma coisa a dizer; por isso pergunto: “E agora?” 

O homem ficou ainda mais confuso! E buda disse aos seus discípulos: 

– Estou mais ofendido com vocês porque vocês me conhecem, viveram anos comigo e ainda reagem. 

Atordoado, confuso, o homem voltou para casa. Naquela noite não conseguiu dormir. Na manhã seguinte, o homem voltou lá e atirou-se aos pés de Buda. De novo, Buda lhe perguntou: 

– E agora? Esse seu gesto também é uma maneira de dizer alguma coisa que não pode ser dita com a linguagem. 

Voltando-se para os discípulos, Buda falou: 

– Olhe, Ananda, este homem aqui de novo. Ele está dizendo alguma coisa. Este homem é uma pessoa de emoções profundas. 

O homem olhou para Buda e disse: 

– Perdoe-me pelo que fiz ontem. 

– Perdoar? – exclamou Buda. – Mas eu não sou o mesmo homem a quem você fez aquilo. O Ganges continua correndo, nunca é o mesmo Ganges de novo. Todo homem é um rio. O homem em quem você bateu não está mais aqui: eu apenas me pareço com ele, mas não sou mais o mesmo; aconteceu muita coisa nestas vinte e quatro horas! O rio correu bastante. Portanto, não posso perdoar você porque não tenho rancor contra você. E você também é outro, continuou Buda. Posso ver que você não é o mesmo homem que veio aqui ontem, porque aquele homem estava com raiva; ele estava indignado. Ele me bateu e você está inclinado aos meus pés, tocando os meus pés; como pode ser o mesmo homem? Você não é o mesmo homem; portanto, vamos esquecer tudo. Essas duas pessoas: o homem que bateu e o homem em quem ele bateu não estão mais aqui. Venha cá. Vamos conversar. 

Osho
http://carlalindolfo.wordpress.com/2010/06/02/buda-e-o-tapa-em-seu-rosto/

No amor não há perda de energia


Interlocutor: É possível para um homem e uma mulher viver juntos, ter sexo e filhos, sem toda agitação, a amargura e o conflito inerentes a essa relação? É possível que haja liberdade de ambas as partes? Por liberdade não quero dizer que o marido ou a esposa devam ter constantemente aventuras amorosas com alguma outra pessoa. Em geral, as pessoas se unem e se casam porque se enamoram, e nisso há opção, prazer, afã possessivo e um instinto tremendo. A natureza mesma desse namoro está cheia, desde o início, com as sementes do conflito. 

Krishnamurti: É assim? Necessita ser desse modo? Coloco muita dúvida nisso. Você não pode se enamorar sem ter uma relação possessiva? Amo a uma mulher, ela me ama e nos casamos; tudo isso é perfeitamente claro e sensato, não contém conflito algum. (Quando digo que nos casamos poderia dizer igualmente que decidimos viver juntos; não fiquemos presos nas palavras). Por acaso não é possível ter o um sem o outro, sem necessariamente ficar colado, por assim dizer? Não podem duas pessoas estar enamoradas e ser ambas tão inteligentes e sensíveis como para que haja liberdade e ausência de um centro gerador de conflito? No sentimento de estar enamorado não há conflito. Esse sentimento carece por completo de conflito. E no amor não há perda de energia. A perda de energia está em tudo que segue: ciúmes, afã possessivo, suspeitas, dúvidas, medo de perder esse amor, a constante exigência de garantia e segurança. Por certo, deve ser possível funcionar numa relação sexual com alguém a quem você ama, sem o peso que acompanha geralmente essas relações. Desde já digo que é possível. 

Krishnamurti - Encontro com a vida
http://nossaluzinterior.blogspot.com/2011/11/no-amor-nao-ha-perda-de-energia.html

Preparando os filhos para se adaptarem à sociedade, perpetuam a guerra e o conflito


A maioria dos pais, infelizmente, pensa que são responsáveis por seus filhos, e seu senso de responsabilidade toma a forma de preceituar-lhes o que devem fazer e o que não devem fazer, o que devem ser e o que não devem ser. Querem que os filhos conquistem uma posição segura na sociedade. Aquilo a que chamam responsabilidade faz parte daquela respeitabilidade que eles cultivam; e a mim me parece que, onde há respeitabilidade, não existe ordem; só lhes interessa o tornar-se um perfeito burguês. Preparando os filhos para se adaptarem à sociedade, estão perpetuando a guerra, o conflito e a brutalidade. Pode-se chamar a isso zelo e amor? 

Zelar, com efeito, é cuidar como se cuida de uma árvore ou de uma planta, regando-a, estudando as suas necessidades, escolhendo o solo mais adequado, tratá-la com carinho e ternura; mas, quando preparais os vossos filhos para se adaptarem à sociedade, os estais preparando para serem mortos. Se amásseis vossos filhos, não haveria guerras. 

Krishnamurti
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A busca de segurança atrai insegurança

A necessidade de segurança nas relações gera inevitavelmente o sofrimento e o medo. Essa busca de segurança atrai a insegurança. Já encontrastes alguma vez segurança em alguma de vossas relações? Já? A maioria de nós quer a segurança no amar e no ser amado, mas existirá amor quando cada um está a buscar a própria segurança, seu caminho próprio? Nós não somos amados porque não sabemos amar.

Krishnamurti
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O que é o Amor


Ora, como iremos saber o que é essa chama que denominamos amor - não a maneira de expressá-lo a outrem, porém o que ele próprio significa? 

Em primeiro lugar, rejeitarei tudo o que a Igreja, a sociedade, meus pais e amigos, todas as pessoas e todos os livros disseram a seu respeito, porque desejo descobrir por mim mesmo o que ele é. Eis um problema imenso, que interessa a toda a humanidade; há milhares de maneiras de defini-lo e eu próprio me vejo todo enredado neste ou naquele padrão, conforme a coisa que, no momento, me dá gosto ou prazer. Por conseguinte, para compreender o amor, não devo em primeiro lugar libertar-me de minhas inclinações e preconceitos? 

Vejo-me confuso, dilacerado pelos meus próprios desejos e, assim, digo entre mim: 

"Primeiro, dissipa a tua confusão. Talvez tenhas possibilidade de descobrir o que é o amor através do que ele não é". 

No estado de pertencer a outro, de ser psicologicamente nutrido por outro, de outro depender - em tudo isso existe sempre, necessariamente, a ansiedade, o medo, o ciúme, a culpa, e enquanto existe medo, não existe amor. A mente que se acha nas garras do sofrimento jamais conhecerá o amor; o sentimentalismo e a emotividade nada, absolutamente nada, têm que ver com o amor. Por conseguinte, o amor nada tem em comum com o prazer e o desejo.

Assim, ao perguntardes o que é o amor, podeis ter muito medo de ver a resposta. Ela pode significar uma completa reviravolta; poderá dissolver a família; podeis descobrir que não amais vossa esposa ou marido ou filhos (vós os amais?); podeis ter de demolir a casa que construístes; podeis nunca mais voltar ao templo. 

Mas, se desejais continuar a descobrir, vereis que o medo, não é amor, a dependência não é amor, o ciúme não é amor, a posse e o domínio não são amor, responsabilidade e dever não são amor, autocompaixão não é amor, a agonia de não ser amado não é amor, que o amor não é o oposto do ódio, como também a humildade não é o oposto da vaidade. 

Dessarte, se fordes capaz de eliminar tudo isso, não à força, porém lavando-o assim como a chuva fina lava a poeira de muitos dias depositada numa folha, então, talvez, encontrareis aquela flor peregrina que o homem sempre buscou sequiosamente.

Não buscar o amor é a única maneira de encontrá-lo; encontrá-lo inesperadamente e não como resultado de qualquer esforço ou experiência. 

Esse amor, como vereis, não é do tempo; ele é tanto pessoal como impessoal, tanto um só como multidão. Como uma flor perfumosa, podeis aspirar-lhe o perfume, ou passar por ele sem o notardes. Aquela flor é para todos e para aquele que se curva para aspirá-la profundamente e olhá-la com deleite. Quer estejamos muito perto, no jardim, quer muito longe, isso é indiferente à flor, porque ela está cheia de seu perfume e pronta a reparti-lo com todos.

Podeis perguntar: "Se encontro esse amor, que será de minha mulher, de minha família? Eles precisam de segurança". Fazendo essa pergunta, mostrais que nunca estivestes fora do campo do pensamento, fora do campo da consciência. Quando tiverdes alguma vez estado fora desse campo, nunca fareis uma tal pergunta, porque sabereis o que é o amor em que não há pensamento e, por conseguinte, não há o tempo. Podeis ler tudo isto hipnotizado e encantado, mas ultrapassar realmente o pensamento e o tempo - o que significa transcender o sofrimento - é estar cônscio de uma dimensão diferente, chamada "amor". 

Mas, não sabeis como chegar-vos a essa fonte maravilhosa e, assim, que fazeis? Quando não sabeis o que fazer, nada fazeis, não é verdade? Nada, absolutamente. Então, interiormente, estais completamente em silêncio. Compreendeis o que isso significa? Significa que não estais buscando, nem desejando, nem perseguindo; não existe centro nenhum. Há, então, o amor. 

Krishnamurti
Excertos de A busca de segurança atrai a insegurança
http://nossaluzinterior.blogspot.com/2010/11/busca-de-seguranca-atrai-inseguranca.html

Ninguém é culpado


Não culpem a ninguém por suas próprias faltas, sustenham-se sobre seus próprios pés e assumam toda a responsabilidade sobre vocês mesmos. Digam: "Este sofrimento que estou padecendo foi causado por mim mesmo e isto prova que terá de ser desfeito por mim mesmo." Aquilo que criei posso destruir; aquilo que foi criado por outra pessoa, não conseguirei nunca destruir. Por isso, fique de pé, seja forte, seja valente. Tome toda a responsabilidade sobre seus próprios ombros e saiba que você é o criador de seu próprio destino. 

Toda a força e auxílio que você precisa, Estão dentro de você mesmo. Portanto, crie o seu próprio futuro. "Que o passado morto enterre seus mortos." O futuro infinito está diante de vocês e vocês devem sempre se lembrar que cada palavra, pensamento e atos, são armazenados para vocês e, assim como os maus pensamentos e más ações estarão prontos para saltar sobre vocês como tigres, assim também há a esperança inspiradora de que os bons pensamentos e as boas ações estarão prontos, com o poder de cem mil anjos, para defendê-los, sempre e para todo o sempre. 

Swami Vivekananda

Se o que você deseja é ser estimulado, psicologicamente, você é dependente


Para se ter energia física, você deve naturalmente tomar alimentos adequados, ter a justa proporção de repouso, etc. Mas, há também a energia psicológica, a qual se dissipa de várias maneiras. Para ter essa energia psicológica, a mente busca por estímulos.

Frequentar a igreja, assistir partidas de futebol, entregar-se à literatura, ouvir música, assistir reuniões do mesmo gênero desta aqui — todas essas coisas lhe estimulam; e se o que você deseja é ser estimulado, isso significa que, psicologicamente, você é dependente. 

A busca de estímulo, em qualquer forma que seja, implica dependência de alguma coisa — de uma bebida, uma droga, um orador, ou de entrar numa igreja; e, certamente, a dependência de estímulo não apenas embota a mente, mas também ocasiona dissipação de energia. Assim, para conservarmos nossa energia, deve desaparecer toda espécie de dependência ou estímulo; e, para ocorrer o desaparecimento da dependência, precisamos nos tornar conscientes dela.

Se, para ter estímulo, uma pessoa depende de sua mulher ou de seu marido, de um livro, de seu cargo no escritório, de ir aos cinemas — qualquer que seja o gênero de estímulo — deve, em primeiro lugar, estar consciente disso. O aceitar simplesmente os estímulos e com eles viver, dissipa a energia e deteriora a mente. Mas, se a pessoa se torna consciente dos estímulos e descobre o significado que tem em sua vida, dessa maneira poderá ficar livre deles.

Pelo autopercebimento — que não é autocondenação, etc., porém, estar simplesmente consciente, sem escolha, de si próprio pode um homem conhecer todas as formas de influência, todas as formas de dependência, todas as formas de estímulo; e esse próprio movimento da ação de aprender lhe dá a energia necessária para se libertar de todas as dependências e de todos os estímulos.

Krishnamurti
http://nossaluzinterior.blogspot.com/2012/01/voce-e-psicologicamente-dependente.html

Conceitos básicos


O assunto de primordial importância para cada estudante não é o fato da personalidade de um particular instrutor mas a medida de verdade que ele representa, e a capacidade do estudante em distinguir entre a verdade, a verdade parcial e a falsidade. 
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Com o ensinamento esotérico aumentado cresce a responsabilidade exotérica. Que cada estudante faça uma avaliação lúcida de si mesmo, lembrando que a compreensão surge pela aplicação da medida da verdade alcançada, ao imediato problema e ambiente, e que a consciência se expande através do uso da verdade transmitida. 
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Uma adesão dinâmica ao caminho escolhido e uma firme perseverança que conquista e permanece inalterada aconteça o que acontecer, é um requisito preliminar e conduz ao portal de admissão de um reino, uma dimensão e um estado de ser que é conhecido internamente, ou subjetivamente. É este estado da realização que produz modificações na forma e condições de ambiente em correspondência ao seu poder.

De "Um Tratado sobre Magia Branca - Tomo I"
Alice Bailey

Liberdade real

É lógico que não existe mais do que uma só maneira de obter esta liberdade (uma das mais nobres aspirações da humanidade): o desprezo desta pequena vida, deste pequeno universo, desta terra, do céu, do corpo, da mente e de tudo o que está limitado e condicionado. Se renunciarmos o nosso apego por este pequeno universo dos sentidos e da mente, seremos imediatamente livres. É o único modo de se livrar dos laços e ir além das limitações da lei e da causação.

Todavia, é, sumamente difícil deixarmos de nos aferrar a este universo; muito poucos o conseguem. Nossos livros mencionam um dos modos de obtê-lo. Um é chamado nei, neti (isto não, isto não), e o outro se chama iti (isto); o primeiro é negativo e o segundo positivo. A maneira negativa é a mais difícil e só possível para homens de mentes elevadas e poderosa vontade; desses que se põem de pé e dizem: "Não, não aceito isto", e a mente e o corpo obedecem sua vontade, e surgem vencedores da prova. A maioria da humanidade escolhe o modo positivo, o caminho do mundo, usando de todas as limitações para romper essas mesmas limitações.

Esta é também uma maneira de renunciar; só que age de maneira lenta e gradual, conhecendo as coisas, gozando delas e obtendo, desta maneira, experiência, conhecendo a natureza das coisas até que a mente termina por abandoná-las.

O primeiro modo de se desligar é mediante o raciocínio; o segundo, pela experiência. O primeiro é a senda da jnana-yoga e se caracteriza pela negativa de realizar qualquer obra; o
segundo é, a karma-yoga, aquela que age sem cessar. Todos devem trabalhar no universo. Só aqueles que estão satisfeitos com o Ser, cujas mentes nunca saem fora do Ser, para quem o Ser é tudo em todos, não trabalham. Os demais devem trabalhar.

Uma corrente que flui por seu impulso próprio cai numa cova e forma um redemoinho, e depois de girar algum tempo volta a seguir seu curso. A vida humana se assemelha a esta corrente. Penetra no redemoinho, gira neste mundo de espaço, tempo e causação exclamando: "meu pai, meu irmão, meu nome, minha fama, etc.", e por fim sai dali e readquire a liberdade original. Conhecendo-a ou não, sejamos ou não conscientes dela, todos trabalhamo-los para sair do sono do mundo. A experiência do homem é para torna-lo capaz de sair deste torvelinho.

Swami Vivekananda
Karma Yoga

O que é um Mestre?

'Há poucos minutos, você me chamou de mestre. O que é um mestre? Pois eu lhe respondo: não é aquele que ensina algo, mas aquele que inspira o aluno a dar o melhor de si para descobrir um conhecimento que ele já tem em sua alma."



Paulo Coelho
O Caminho do Arco

Quando a linguagem é correta?

1. Quando o aluno aprendeu a se calar.

2. Quando você perdeu o poder de ferir. "Antes que a voz possa falar na presença de um Professor, deve ter perdido o poder de ferir "(Luz no Caminho). Este poder de ferir é com base em:

a) no instinto de auto-defesa.
b) na crítica e condenação.
c) a crueldade.
d) auto-estima.
e) precipitação.
f) Na ausência de verdade.

3. Quando suas palavras não têm efeitos cármicos.

4. Nenhuma voz discordante pode chegar ao mestre.

5. Quando ele canta a canção da vida.

6. Quando não está reclamando.

 

Alice Bailey
ESTUDIOS SOBRE LA "DOCTRINA SECRETA"
Parte 1: Sonido y Lenguaje

"Estar só" é diferente do "isolamento"?


PERGUNTA: Todos temos tido a experiência do isolamento, conhecemos suas tristezas e percebemos suas causas, suas raízes. Mas que é "estar só"? É diferente do isolamento?

KRISHNAMURTI: Isolamento é a dor, a agonia da solidão, o estado em que vós e eu, como entidades, não nos ajustamos a coisa alguma, - seja o grupo, a nação, a esposa, os filhos, o marido, vemo-nos segregados de todos os demais. Vós conheceis esse estado. Mas conheceis o "estar só"? Presumis que estais sós, mas estais realmente sós? 

O "estar só" é diferente do isolamento, mas não podeis compreendê-lo, se não compreenderdes o isolamento. 

Conheceis o estado de isolamento? Vós o tendes observado sub-repticiamente, o tendes olhado com aversão. Para o conhecerdes bem, precisais entrar na sua intimidade, sem barreira alguma de permeio, sem conclusão, sem preconceito ou especulação; deveis chegar-vos com liberdade e não com temor. 

Para compreender o isolamento precisamos ir ao seu encontro sem nenhum sentimento de temor. 

Se nos chegamos, dizendo que já lhe conhecemos as causas, as raízes, não podemos compreendê-lo. Conheceis as raízes do isolamento? Só as conheceis teoricamente, do exterior. Conheceis a essência íntima do isolamento? Fazeis, apenas, uma descrição dela, mas a palavra não é a coisa, não é o real. 

Para o compreenderdes, tendes de chegar-vos sem nenhuma intenção de fuga. A simples idéia de fugir ao isolamento é em si uma forma de insuficiência interior. A maioria de nossas atividades não são evasões? Quando vos sentis só, ligais o rádio, executais pujas, sais em busca de gurus, conversais com amigos, ides ao cinema, às corridas, etc. Vossa vida de cada dia é um fugir de vós mesmos, e por isso todos os meios de fuga se tornam importantíssimos e competis uns com os outros por causa deles - quer se trate da bebida ou de Deus. 

A fuga é que constitui o problema, embora tenhamos diferentes maneiras de fugir. 

Podeis causar malefícios imensos, psicologicamente, com as vossas fugas respeitáveis, e eu sociologicamente, com minhas fugas mundanas; mas, para se compreender a solidão, todas as fugas devem cessar - não por meio de coerção, de compulsão, mas com o perceber a falsidade da fuga. 

Estais então em confronto direto com o que é, e aí começa o verdadeiro problema. Que é o isolamento? Para o compreenderdes, não lhe deveis dar nome. O simples dar nome, a simples associação do pensamento com outras lembranças dele, acentuam mais ainda o isolamento. Experimentai-o, e vereis. Quando tiverdes desistido de fugir, vereis que, enquanto não compreenderdes o que é o isolamento, tudo o que fizerdes por sua causa é sempre um modo de fugir a ele. Só compreendendo o isolamento sois capaz de o transcender. 

A questão do "estar só" é inteiramente diferente. 

Nunca estamos sós; estamos sempre em companhia de outras pessoas, a não ser, talvez, quando damos passeios solitários. Somos o resultado de um "processo" total, constituído de influências econômicas, sociais, climáticas, e outras; e enquanto vivermos sujeitos a tais influências, não estaremos sós. Enquanto houver o "processo" da acumulação e da experiência, nunca será possível "estarmos sós". 

Podeis imaginar que estais só, quando vos isolais por meio de estreitas atividades individuais e pessoais; mas isso não é "estar só". Só é possível "estar só", quando não existem influência alguma.

"Estar só" é ação que não é o resultado de uma reação, que não é uma resposta a desafio ou estímulo. 

O isolamento é um processo de exclusão, e nós procuramos o isolamento em todas as nossas relações, sendo esta a verdadeira essência do "eu" - meu trabalho, minha natureza, meu dever, minha propriedade, minhas relações. O próprio processo do pensamento, que é o resultado de todos os pensamentos e influências do homem, conduz ao isolamento. 

Compreender o isolamento não é um ato burguês; não podeis compreendê-lo enquanto houver em vós a dor daquela insuficiência não revelada que acompanha o sentimento de vazio e frustração. 

"Estar só" não é isolamento, e nem tampouco, o seu oposto; é um "estado de ser" em que há completa ausência da experiência e do conhecimento.

Do livro: Que estamos buscando? - Krishnamurti

Sobre Meditação

Para meditar, no sentido mais profundo da palavra, temos de ser íntegros, morais. Não se trata da moralidade de um padrão, de uma prática, ou da ordem social, mas sim da moralidade que brota naturalmente, inevitavelmente, suavemente, quando começamos a compreender-nos a nós próprios, quando estamos atentos aos nossos pensamentos e sentimentos, às nossas atividades, desejos, ambições, etc. -atentos sem qualquer escolha, observando apenas. 

Dessa observação nasce a ação correta, que não tem nada a ver com conformismo ou com uma ação de acordo com um ideal. 

Então, quando isso existe profundamente em nós, com a sua beleza e austeridade na qual não há nenhuma rigidez - rigidez só existe quando há esforço -, quando tivermos observado todos os sistemas, todos os métodos, todas as promessas e olhado para eles objetivamente, sem gostar ou não gostar, então podemos recusar tudo isso completamente, para que a mente fique liberta do passado; então podemos prosseguir na descoberta do que é meditação. 

Assim, perguntamos: Pode a totalidade da mente - que inclui o cérebro - ficar quieta? 

Muitas pessoas têm feito essa pergunta - pessoas verdadeiramente sérias - mas não conseguiram achar-lhe a resposta. Recorreram a artifícios, pois lhes disseram que a mente pode quietar-se mediante a repetição de palavras. Já experimentastes isto: recitar "ave-marias' ou aquelas palavras sânscritas que certas pessoas trazem da Índia - mantras; repetir certas palavras para quietar a mente? Não importa qual seja a palavra, mas deve ser recitada com ritmo: coca-cola, qualquer palavra - repeti-a muitas vezes, e vereis como a mente se torna quieta. Mas essa mente aquietada está embotada; não é uma mente sensível, vigilante, ativa, viva, apaixonada, "intensa". 

A mente embotada, embora diga: "Tive experiências extraordinárias, transcendentais", está enganando a si própria. A solução, portanto, não se encontra na repetição de palavras, nem no forçar a mente; muitos artifícios já têm sido impostos à mente a fim de aquietá-la. Entretanto, sabemos em nosso íntimo que, se a mente está quieta, não há mais nada que fazer, porque existe então a verdadeira percepção. 

Como pode a mente - inclusive o cérebro - ficar completamente quieta? Recomendam alguns respirar adequadamente, tomando profundas inspirações, para oxigenar mais o sangue. A mente vulgar, limitada, pode - à força de respirarmos muito profundamente, dia após dia - tornar-se quieta; mas continua a ser o que é: vulgar e limitada.

(...) Que cumpre então fazer? Quem faz esta pergunta? Vê-se muito claramente que nossa vida está em desordem, tanto interior como exteriormente; e a ordem, entretanto, é necessária, e deve ser tão perfeita como a ordem matemática.

Mas a ordem só pode ser estabelecida pela observação da desordem, e não pelo ajustar-nos a um plano de ordem, conforme um outro a concebe ou nós mesmos a concebemos. Do ver, do estar cônscio da desordem, resulta a ordem. 

(...) A mente que está quieta, sem ter sido forçada a quietar-se, é sobremodo ativa, sensível, desperta. Mas, quando se pergunta "como", cria-se a separação entre o observador e a coisa observada. 

Ao compreendermos que não há método, nem sistema, nem mantra, nem instrutor, nem nada; neste mundo, que possa ajudar-nos a quietar-nos; quando percebemos a verdade de que só a mente quieta vê - a mente fica tranquila. 

Krishnamurti
http://ventosdepaz.blogspot.com/2012/02/sobre-meditacao-krishnamurti.html

Esforços para a evolução

Embora nós muitas vezes sejamos a causa de que o progresso vá mais lentamente do que seria para desejar, é contudo certo que tudo quanto fazemos para contribuir para esse progresso, todos os nossos esforços, por muito humildes que sejam, perduram eternamente e constituem nosso legítimo bem por todos os séculos futuros.

Extraído de "O Homem e seus Corpos".
Annie Besant

Concentração e Atenção


Você sabe o que é concentração - desde a infância nós somos treinados a concentrar-nos. Concentração é reduzir toda nossa energia a um determinado ponto e segurá-la neste ponto. 

Um garoto na escola olha pela janela para os pássaros e as árvores, para o movimento das folhas ou para um esquilo subindo na árvore. E o professor diz: "Você não está prestando atenção, concentre-se no livro", ou "Escute o que eu estou dizendo". Isso é para dar muito mais importância à concentração do que à atenção. 

Se eu fosse o professor, eu o ajudaria a observar; eu o ajudaria a observar este esquilo por completo; observar o movimento do rabo, como suas garras se movem, tudo. Então, se ele aprende a observar com atenção, ele prestará atenção ao livro. 

Krishnamurti

Prática da concentração para desenvolver o Mental

Existe outro modo de auxiliar o desenvolvimento do corpo mental: a prática da concentração. 

A concentração é a arte de fixar a mente num ponto e conservá-la aí firmemente, não lhe permitindo que erre ao acaso e sem destino.

Devemos educar a nossa mente a pensar duma maneira firme e consecutiva, devemos evitar que as nossas energias mentais se esbanjem em mil pensamentos insignificantes, e que pousem frivolamente agora nisto, logo naquilo. 

Um bom exercício a aconselhar é seguir um raciocínio contínuo, no qual cada pensamento emerge naturalmente do pensamento que o precedeu, fazendo assim com que se desenvolva gradualmente as qualidades intelectuais que dão aos nossos pensamentos uma seqüência rigorosa e portanto essencialmente racional. 

Enquanto o mental assim funciona, seguindo os pensamentos com ordem e método, à medida que se sucedem uns aos outros, adquire simultaneamente novas forças que o tornam um instrumento digno para o trabalho ativo do Ego no mundo mental. 

Este desenvolvimento do poder de pensar com concentração e seqüência manifestar-se-á no corpo mental cujos contornos se tornarão definidos, o seu rápido progresso, no equilíbrio e na firmeza das suas faculdades; todos os esforços serão compensados pelos progressos que deles resultam.

Extraído de "O Homem e seus Corpos" 
Annie Besant

Transformando gradualmente o corpo mental


Se o homem descobre em sua mente tendência malévola e se põe em campo para as modificar, essa sua resolução dá origem a novas vibrações às quais o corpo mental, habituado a responder só às antigas, resiste com tenacidade, causando portanto conflitos e sofrimentos. Mas, gradualmente, as velhas partículas são expelidas e substituídas por outras que respondem às novas vibrações (partículas atraídas automaticamente em virtude da sua própria afinidade) e o corpo mental muda de caráter, muda mesmo de materiais, e as suas vibrações acabam por repelir o mal e atrair o bem.

Disto resulta a extrema dificuldade dos primeiros esforços, que são combatidos pelo mental sob o seu antigo aspecto; e disto provém igualmente a facilidade cada vez maior com que nos é dado pensar com sensatez, à medida que o mental se vai transformando, e finalmente a espontaneidade e o prazer que acompanham  este novo modo de exercer atividade.

Extraído de "O Homem e seus Corpos" 
Annie Besant

Como controlar o pensamento


Pensar é uma atividade que, na maior parte da humanidade, fixa a mente em coisas concretas, externas e visíveis. 

Quando a pessoa ainda não aprendeu que pode controlar o pensamento, este se torna desenfreado. E, quanto mais desenfreado, mais a mente se fixa em coisas externas e concretas e mais difícil se torna concentrá-la em coisas abstratas, elevadas. Assim, a mente se distrai, se dispersa e se mantém voltada para o que os sentidos apresentam. E muitas vezes a pessoa nem se dá conta da própria dispersão. 

Quem está consciente do próprio estado de dispersão e está em uma busca espiritual, quer concentrar-se, porque só assim consegue centralizar a energia mental e direcioná-la para os níveis mais elevados da existência. 

Entretanto, para conseguir concentrar-se, não basta simplesmente querer, nem mesmo fazer exercícios sistemáticos. A concentração só ocorre de fato quando a pessoa renuncia àquilo que a atrai, agrada ou contenta e se volta prioritariamente para a busca espiritual. 

No passado foram criados muitos exercícios de concentração adequados para a mente daqueles tempos. Mas em geral os que faziam os exercícios tinham uma vida organizada, harmoniosa, sadia e disciplinada. 

Não é o caso da maioria das pessoas de hoje. Atualmente, nossa civilização estimula o consumismo e uma forma de vida desordenada, comandada pelos desejos. Se alguém fizer hoje os exercícios de concentração criados no passado e viver como a maioria vive em nossos dias, cedendo aos apelos dos desejos, não conseguirá concentrar-se porque lhe faltará certo ascetismo na vida diária, imprescindível para a concentração. 

Além disso, com o passar dos tempos, a consciência e a mente humanas se desenvolveram e os vários níveis de consciência na mente se aproximaram. Portanto, os antigos exercícios de concentração não são mais adequados à mente atual. 

Quando se pratica o ascetismo, ou seja, quando se renuncia a tudo o que dispersa, quando se repele tudo o que não leva aos níveis espirituais, quando se controlam os próprios impulsos no dia a dia, a concentração pode finalmente ocorrer. 

Extraído do livro “Trabalho Espiritual com a Mente” – Trigueirinho 
Editora Pensamento 
Págs. 19 a 21
http://www.trigueirinho.org.br/textos/php/controlar_o_pensamento.php

Esvazia-te


O indivíduo não pode receber dádivas dos céus enquanto suas mãos estiverem ocupadas em reter coisas materiais. Esvazia-te, esvazia-te para que encontres as verdadeiras riquezas.

A eternidade é conhecida por aquele que não planeja, não alimenta recordações nem se preocupa com o amanhã. Para muitos é difícil reconhecer a necessidade de desligar-se de laços, de afetos e das coisas que os enlevam. Porém, como pode o Ilimitado ser contido num ser que não se entrega ao infinito?

A energia cósmica é a energia pura, renovadora, origem das emanações que vitalizam a Criação. O seu fluxo através de um ser depende de quanto ele poderá deixar que essa energia o permeie sem desviá-la segundo as próprias tendências. Mesmo que se aspire a não interferir nesse fluxo, é inevitável fazê-lo quando existem vínculos em níveis humanos. Por isso, a potência energética acessível a um homem comum, atado à matéria, é consideravelmente menor do que a disponível a um ser desapegado, evoluído espiritualmente.

O contato com a energia divina não pode ser transmitido e tampouco ensinado. Cada contato é único, pois a perfeição jamais se repete. Pode-se falar a respeito dessa energia, pode-se lançar luz no caminho para alcançá-la, mas cada indivíduo tem de percorrer por si mesmo suas trilhas, aprender a não se impressionar com as pedras pontiagudas espalhadas por elas e a comungar da inefável beleza de suas alamedas.

Extraído do livro “O Visitante (O caminho para Anu Tea)” - Trigueirinho
Editora Pensamento 
Págs. 67 a 68

Como saber se estamos na tarefa certa?

Quando o que estamos fazendo faz bem para os outros, estamos na tarefa certa naquele momento.

A tarefa certa não é aquela que nós gostamos de fazer. E nem aquela que estamos fazendo com muito prazer e com muita alegria. A tarefa certa é aquela necessária para os outros. E nós somos colocados ali porque naquele momento nós somos os mais indicados, por diferentes circunstâncias (que nem sempre são nossas, por nossa causa).

Como a gente sabe que está fazendo bem para o outro? 


A energia indica isso. A energia vitaliza o trabalho, você percebe que estão acontecendo evoluções e que à medida que cumpre a tarefa, está havendo transformações em você.

Trigueirinho
http://www.irdin.org.br/palestra/por/audicao.php?cod=3399

O sentido da vida


Ver um mundo em um grão de areia 
e um céu numa flor silvestre, 
segurar o infinito na palma da mão 
e a eternidade em uma hora. 

William Blake

Mente em conflito

A mente em conflito jamais descobrirá o verdadeiro. Poderá tagarelar incessantemente acerca de Deus, da bondade, da espiritualidade e tudo o mais, mas só a mente que compreendeu de maneira completa a natureza do conflito e, por conseguinte, se acha fora dele, só ela pode receber aquilo a que se não pode dar nome, aquilo que não pode ser medido.

Krishnamurti





Os verdadeiros mestres



Os verdadeiros mestres espirituais são aqueles que nos põem à prova e vêm “mascarados” de filhos, pais, patrões, amigos, inimigos, animais, plantas e demais. São aqueles que nos trazem problemas. Eles são os que realmente nos ensinam as lições que temos que aprender, porque nos põem à prova.

http://apos2012.blogspot.com/

O resultado de acolhermos os bons pensamentos

O resultado de só acolhermos pensamentos bons e úteis e de nos recusarmos a admitir pensamentos maus, será afluírem à nossa mente cada vez mais pensamentos bons, ao passo que os maus se abstém de aparecer.

O nosso mental, repleto de pensamentos bons e úteis, atuará como um ímã sobre todos os pensamentos semelhantes que nos circundam.

Quanto aos pensamento maus, sentir-se-ão repelidos por uma ação automática da própria mente, visto nos recusarmos obstinadamente a admiti-los.

A característica do corpo mental será portanto atrair todos os pensamentos bons que erram na atmosfera e repelir todos os pensamentos perversos; submeter os bons a um processo de aperfeiçoamento, tornando-os mais ativos e assim se irá enriquecendo com o material mental acumulado deste modo, ano a ano.

O homem e seus Corpos
Annie Besant
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