Aplique o conhecimento em sua Vida


A compreensão emerge quando o buscador da verdade aplica em sua vida o que pode captar da Lei espiritual.

É a vivência dessa Lei que permite a consciência alcançar e desenvolver o Conhecimento, pois a evolução é a Lei manifestada na trajetória dos ciclos.

O mero acúmulo de informações serve, tão somente, para aumentar o peso da bagagem do indivíduo durante a viagem infinita que é a vida; mas se ele consegue fazer dos dados que lhe chegam um trampolim para reconhecer a Lei em um plano superior e transformar esse conhecimento em vivência efetiva, então certas informações ajudam a liberá-lo para cumprir os desígnios ditados pelo seu próprio ser interno.

Trigueirinho
Segredos Desvelados



Mente Ordenada e a Prática



A mente é o melhor instrumento que temos. Se ele for bem compreendido, a mente pode ser útil em nossa sadhana (prática espiritual).

No entanto, se a mente não está bem ordenada e disciplinada, pode distrair e dissipar todas as nossas potencialidades.

Swami Ramana

Meditação Raja Yoga - Parte 4 - Consciência, Transformação e Serviço


A Raja Yoga é, em essência, a verdadeira psicologia. É uma aproximação prática, experimental, à Alma, uma técnica de tornar-se um com a Alma.

Um raja iogue  pode ter poderes paranormais altamente desenvolvidos. Devido à esses poderes ele é chamado de raja, de rei, alguém que tem grande controle sobre o seu eu inferior e sobre as energias e leis da natureza. Um das coisas importantes do que devemos nos lembrar é que o raja iogue não trabalha para o desenvolvimento psíquico, mas para a expansão de sua consciência, vivendo uma vida de sacrifício, de amor e de luz.

Qualquer movimento equivocado para desenvolver poderes paranormais pode ter consequências funestas no nosso organismo. A verdadeira paranormalidade é resultado de uma consciência que se expande, de um mecanismo que se transforma e de uma vida de serviço abnegado.

A verdadeira consciência de grupo começa no caminho da raja ioga, quando o homem entra na consciência anímica  e responde como Alma, não como personalidade.

Saraydarian

A Sabedoria e a Prática

A sabedoria é transmitida nas Escrituras apenas para ser praticada por nós. Aquilo que não é favorável para a prática não é sabedoria. Aquilo que chamamos de sabedoria, mas que não se pode praticar, não é sabedoria. Ela só equivale a palavras sonoras, apenas para nos excitar, apenas para nos confundir.

Dr. K. Parvathi Kumar
Sound -  The Key and its Application
http://www.worldteachertrust.org/bk/sound/index.html

Meditação Raja Yoga - Parte 3 - Parando a mecanicidade da mente


O método da Raja Yoga tem como objetivo parar a mecanicidade da mente, parar seus movimentos, suas mudanças (alterações) e torná-la um espelho límpido que reflita as grandes visões, idéias e belezas vistas através dos olhos da Alma.

Um raja iogue deve estar muito vigilante em relação a seus pensamentos, palavras e ações, de modo a não prejudicar nenhum ser vivo, e fazer do seu coração uma fonte de compaixão para com todos os seres vivos. Ele terá que usar toda as suas energias para a construção da ponte interior (antakarana) e para o serviço da humanidade.

Terá de estar focalizado na sua meta com todo o seu coração e mente, e permanecer sempre na luz da alma. Deve tentar fazer de toda a sua vida uma meditação extensiva, um processo de sublimação, de modo que possa atingir sua meta, que é a infusão e a realização da Alma.

À medida que seu trabalho avança e traço de hábitos seculares, ações mecânicas, memórias, impulsos e ilusões ocultas são purificadas, a alma humana gradualmente muda seu fogo de consciência e focaliza-se no Lótus, no mecanismo da Alma, e obtém a grande sabedoria do Cálice, acumulada através de eras.

O homem torna-se uma Alma e, até a quarta expansão maior de consciência, ele atua como uma Alma resplandecente de luz  no seu Guia, o Anjo. No momento devido, o Anjo o deixa e o homem se torna Senhor de si mesmo.

Saraydarian

Meditação Raja Yoga - Parte 2 - Eu sou uma Alma


Nos Yoga Sutras de Patanjali a técnica científica (da Raja Yoga) nos é dada para expandir nossa consciência de Alma de modo a atuarmos como Almas.

Os Yoga Sutras de Patanjali eram o livro texto das escolas secretas, onde os discípulos e iniciados eram treinados. O Bhagavad Gita e o Novo Testamento são demonstrações, através de um drama existencial, dos resultados desta técnica interior.

Na Raja Yoga, a alma humana em expansão permanece na Luz do Anjo Solar e procura absorver essa luz e ser una com sua fonte. Por essa razão, Patanjali sugere a técnica dos Quatro Pontos de Vista que leva o homem à consciência causal, aos planos mentais superiores ao matrimônio místico com a Alma.

Um ser humano liberado é alguém que é capaz de alcançar esse estado de consciência e agir como Senhor da personalidade.

Saraydarian

Meditação Raja Yoga - Parte 1 - Introdução


Raja significa real, de rei, grandioso ou majestoso. Yoga significa comunhão, conexão, ligação. Raja Yoga é a técnica de unificação com o Senhor Interior, com o Anjo Solar, a Consciência de cada Ser ou Alma.

A Raja Yoga teve início na Índia através de Patanjali. Em seus sutras ele discorre sobre o caminho real, majestoso, de tornar-se um homem consciente da Alma.

Nesta técnica, o intelecto humano encontra a inteligência divina, ou a luz da Alma e, finalmente, em segurança, é conduzido à realização da Alma. Através desta técnica o filho pródigo se transforma no filho que retorna a Alma.

Os Yoga Sutras de Patanjali são a base para o estudo e a prática da Raja Yoga.


Saraydarian

Aprecie sua Existência


Nyoshul Khenpo Rinpoche (Tibete, 1932 – França, 1999):
Aprecie o valor e a oportunidade desta existência humana. Dê a ela significado, tanto para si mesmo quanto para os outros, revelando tudo que está dentro de você. Tenha fé, compaixão e devoção. Encontre a felicidade dentro: transforme sua mente e o mundo externo naturalmente se transforma em êxtase imutável, que não morre.

Mente Zen, Mente de Principiante

Para estudantes do Zen, a coisa mais importante é não ser dualista. Abertamente, a “mente original” inclui todas as coisas em si. É sempre rica e suficiente dentro de si mesma. Você não deve perder de vista seu estado auto-suficiente. Isso não significa uma mente fechada, mas sim uma mente vazia e uma mente pronta. Se sua mente está vazia, está sempre pronta para qualquer coisa; está aberta para tudo. Na mente de principiante há muitas possibilidades; na mente do expert há poucas.
Shunryu Suzuki (Japão, 1904 ~ EUA, 1971)
“Zen Mind, Begginer’s Mind”, loc. 166
(traduzido no Brasil como “Mente Zen, Mente de Principiante”)

Trikaya: a natureza específica de cada ser


Dentro de si o trikaya é indivisível e completo em um:

  • Vazio onde absolutamente nada existe é o dharmakaya.
  • Claridade, a radiância interior do vazio, é o sambhogakaya.
  • Nascendo em toda parte sem obstrução é o nirmanakaya.


Os três completos em um, são sua natureza específica.


Francisca Fremantle
VAZIO LUMINOSO
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1170 


Espontaneidade

Don Hatfield


(...) Espontaneidade é aquilo que é. Qualquer que seja o caso, aquilo é a espontaneidade. Ser espontâneo significa não desejar qualquer outra coisa que já não esteja ali.

 Se a sua mente julga, e daí? Se você se sente desconfortável com isso, então fique desconfortável. Se você puder aceitar o estar desconfortável e tudo mais que estiver acontecendo, você será espontâneo. 

Espontaneidade não é um objetivo – é uma compreensão. Não é algo que tenha que ser praticado. Tudo que tem que ser praticado torna você mais e mais mecânico, um robô.

Espontaneidade é aquilo que já está acontecendo sem que você faça qualquer coisa a respeito. Seja verdadeiramente espontâneo. Qualquer que seja o caso, ele é desse jeito. Se você está julgando, tudo bem, você está julgando. Se você tem fantasias sexuais, isso também está OK. E se você se sente desconfortável com isso, tudo bem. Simplesmente tente compreender.

 Tentar ser um outro alguém, tentar se tornar melhor, tentar melhorar as coisas, essa é toda a abordagem estúpida que tem corrompido a humanidade ao longo dos séculos, ao longo das eras (...).

Osho

http://blogdochampak.blogspot.com.br/2009/07/espontaneidade.html

Prática da Tranquilidade - Ponto 3 - Descansar na lucidez cognitiva



(...) Se você parar de pensar no passado e você parar de pensar sobre o futuro, o que resta? Você pode imaginar, desde que os pensamentos, por sua natureza tendem a ser sobre o passado e o futuro, que nenhuma função cognitiva que seja permaneceria na mente, e que sua mente, portanto, seria como um pedaço morto de pedra. Na verdade, isso não ocorre. A lucidez cognitiva da mente não depende do pensar para a sua existência

Você pode permanecer em um estado de lucidez cognitiva, mesmo quando você não está pensando no passadoou futuro. Então, aqui, a instrução é permanecer nessa lucidez cognitiva, que é independente de pensar sobre o passado ou o futuro e fazendo isso de uma forma que é livre de qualquer tipo de conceituação. Inicialmente, quando você tenta fazer isso, você pode fazê-lo brevemente. Como veremos mais adiante no texto, tradicionalmente, são enumeradas nove etapas para o cultivo de tranquilidade. Na primeira etapa, chamada de colocação, sua mente pode descansar este estado apenas brevemente. No segundo caso, chamada colocação adicional, ela pode descansar neste estado um pouco mais, e assim por diante(...).

Em qualquer caso, esta prática você descansa na consciência direta ou experiência do momento presente sem conceituá-la.



Thrangu Rimpoche
http://www.shenpen-osel.org/issue14.pdf



A Vida como ela É

Pensar e falar sobre a prática são substitutos fáceis para o esforço de fato que uma vida de prática requer. Nós resistimos a vida como ela é porque isso significaria abandonar nossas visões sobre como pensamos que ela deveria ser. A forma mais básica de resistir é querer que a vida seja alguma outra coisa além do que ela é.
Ezra Bayda, “Breaking Trough”
(Tricycle – Daily Dharma, 2012-05-30)

Prática da Tranquilidade - Ponto 2 - Não acenar para o futuro



(...) O segundo ponto diz respeito à pensar no futuro.

O que se entende por "acenando para o futuro" é simplesmente pensar no futuro. Querendo ou não somos capazes em qualquer situação, imaginarmos o futuro com precisão, pensando ser isso um grande negócio.

Pensar no futuro é bom e, de fato, necessária no pós-meditação, mas durante a prática da meditação, por uma questão de consciência não artificial, nós também deixamos de ir até o futuro. Assim, o segundo ponto é não especular sobre o futuro.


Thrangu Rimpoche
http://www.shenpen-osel.org/issue14.pdf

Prática da Tranquilidade - Ponto 1 - Não Prolongar o Passado

(...) Prolongar o passado nesse ponto significa pensar sobre o passado ou relembrar o passado.

Quando recordo o passado, uma das duas coisas acontece. Se lembro um aspecto agradável do passado, então torno-me animado. Se lembro de um evento ou aspecto desagradável do passado, então nós experimentamos arrependimento.

Em qualquer caso, se estamos perturbados por emoção ou arrependimento, estamos distraídos e não estamos conscientes do presente. Então, aqui, o primeiro ponto na prática de tranquilidade é relaxar a mente, deixando de ir ao passado.


Thrangu Rimpoche
http://www.shenpen-osel.org/issue14.pdf

Mente e motivação correta

(...) De todas estas práticas, a mais importante é a da mente, porque a mente é a essência mais importante.

Por exemplo, nós podemos fazer fisicamente tudo corretamente, podemos não ter erro nestas coisas e verbalmente podemos dizer só coisas certas, nunca nos enganarmos, mas em mente podemos só temos pensamentos negativos. Se tivermos algum interesse pessoal em nossa boa fala ou em nossa boa ação, isso não será nada bom.

É como estar comendo algo muito gostoso, em um prato muito lindo, com muitos apetrechos bacanas, como colheres e facas de ouro ou prata e até diamantes, mas se a comida contiver veneno, você irá morrer antes de terminar a refeição. Está será a sua última refeição.

E é assim quando você tem uma motivação equivocada na sua mente. Mesmo que externamente você aja de um modo positivo, é como comida envenenada. Deste modo, a coisa mais importante é a mente.

KHENTIN TAI SITUPA 

Nossa natureza iluminada

Assim como as nuvens obscurecem o céu, a expressão de nossa atenção toma a forma de pensamentos confusos que nos obscurecem.

Em outras palavras, nós obscurecemos nossa natureza búdica (iluminada) e agora é chegado o tempo de limparmos essa confusão.

Tulku Urgyen Rinpoche
AS IT IS

Quem é você - Parte 1


O jornalista Augusto Nunes entrevista o palestrante e mestre Satyaprem.

Desapego e Unicidade




Trecho de um Satsang com Mooji
ocorrido em 01/03/2008, em Ubatuba (SP), Brasil.

O Medo de Si mesmo

O maior medo que cada um de nós consegue transportar é o medo de si mesmo, o medo dessa região tenebrosa ou sombria dissimulada atrás de cada um dos nossos instintos, emoções, pensamentos e sentimentos, o medo desse pouco confessável ou ignoto território que, por falta de coragem para o afrontarmos face a face, nos condiciona numa contínua fuga para diante de onde resulta toda a avidez e violência, mas também todas as aparências de virtude e santidade, todos os disfarces de amor e compaixão, todos os projetos de salvação universal, com que impregnamos e iludimos o mundo, a começar por nós mesmos.

É nessa treva ou sombra que se oculta o infinito luminoso que somos, o fundo comum e os confins sem fim de todos os seres e coisas.

Ter a coragem de atravessar e iluminar essa floresta escura, com mais monstros do que todas as mitologias planetárias, numa jornada solitária e nua, sem armas, escudo ou armadura, com o propósito de libertar o universo da nossa ignorância e um dia regressar para incitar os outros à mesma empresa, é a maior realização a que podemos aspirar.

Comparada com ela, a história das civilizações, as conquistas tecnológicas e as viagens espaciais são meros e fúteis jogos de crianças adultas.


Paulo Borges
http://serpenteemplumada.blogspot.com.br/2012/08/o-maior-medo-que-cada-um-de-nos-consigo.html

Rigpa nossa mente luminosa natural


Rigpa é nossa condição natural, nosso modo de ser último e primordial. Presente em cada um dos seres sensíveis, embora velado, o chamamos também tathâgatagarbha, a "essência do tathâgatha". Dum ponto de vista último, rigpa é também Samantabhadra, o Budha primordial. Enfim, enquanto presença espontânea capaz de manifestar todos os fenômenos, o chamamos "o rei que cria todas as coisas". Todos esses termos são equivalentes e tais diferenciações são usadas somente com uma finalidade descritiva.

Um último ponto importante a propósito de rigpa. Na nossa condição comum, nós não reconhecemos rigpa, e somente sem nos parece ser a mente. Nos textos, falamos em procurar a "natureza da mente", semnyi. Descobrir a natureza da mente é descobrir que sem não tem realidade, que ela é vazia de existência própria, que ela não tem nem origem, nem lugar, nem destino. Mas isso ainda não é rigpa.

Rigpa é apresentado ao discípulo no momento preciso quando a mente comum é temporariamente dissolvida. Se o estudante reconhece no instante esta presença vazia e luminosa, sem nenhum apego nem conceito, podemos então falar do estado de rigpa.

Assim, o Ati-yoga é o veiculo de rigpa que transcende todas as análises conceituais, todas as elaborações e fabricações mentais. Enquanto tal, ele está além de todas as opiniões e das "vias" dos outros veículos, que dependem ainda da mente pensante, sem. [...]

O veículo do dzogchen se inicia somente com a compreensão e a experiência de rigpa. Existe um modo de transmissão de poder particular no dzogchen, que visa a apresentação direta de rigpa ao discípulo. Esta transmissão, o rigpa tsel wang ou "transmissão de poder da energia criadora de rigpa", corresponde à quarta iniciação dos tantras, a iniciação da fala.

Existem numerosas espécies em cada uma das três séries dos ensinamentos dzogchen (semde, longde, e menagde). Esta apresentação pode ser direta de mente a mente, simbólica ou oral. Numerosos procedimentos são utilizados. Assim existem as apresentações metafóricas, as apresentações dos sentidos, e as apresentações do signo (sinal). Enfim, existem quatro graus de elaborações para essas transmissões de poder: transmissão de poder elaborada, transmissão de poder sem elaborações, transmissão de poder completamente despida de elaborações e transmissão de poder absolutamente despida de elaborações.

Em todos os casos, o mestre, que se encontra no estado de rigpa, tenta desvelar ao discípulo o que é seu rigpa afim de que ele tenha a experiência direta e, sobretudo o reconheça. Este reconhecimento da visão mesmo que fugaz, é indispensável ao desenvolvimento da prática, porque, sem saber do que se trata, como poderemos "desenvolver" a presença de rigpa?

A prática visa, com efeito, um único objetivo, estabilizar a visão e aumentar o poder de rigpa, afim de que ele impregne progressivamente todos os nossos atos.


Longchenpa
Do livro "La liberté naturelle de l’esprit"
Apresentado e traduzido do tibetano por Philippe Cornu
Tradução para o português Karma Tenpa Dharguy

Estabilidade


Da mesma forma que você aprende a não dar valor aos insultos, não se torne vulnerável aos elogios. Tenha equanimidade entre ambos. Permaneça estável no seu autorrespeito para que sua vida não seja conduzida sob a influência dos outros. Por isso, mesmo que o mundo todo fique raivoso com você, seja um oceano de amor constante e fique além das turbulências à sua volta.


António Sequeira, 
Virtudes para uma Nova Consciência
Brahma Kumaris, Lisboa, 1999

Da Infância Espiritual para a fase Adulta

Essa frase em uma biografia de Ramana mostra bem o que marca a passagem da "infância" espiritual para a fase "adulta".


(...) para aqueles que perceberam a sua paz de forma mais profunda  não existe mais busca pela realização dos desejos, mas sim pela libertação deles, assim como  mostra o caminho de Bhagavan.

No início a busca está ligada à como não sofrer, realizando seus desejos pessoais. Essa é a infância espiritual.

Mais a frente há uma mudança de foco. O desejo não é mais realizar "desejos", mas se libertar deles e iluminar-se. Entende-se que na busca de desejos não somos verdadeiramente livres.

Vale aqui a reflexão pessoal e honesta sobre qual fase nos encontramos.

Se amamos o sagrado e odiamos o comum, não somos livres

Alejandra Caballero

Não devemos odiar nem amar coisa alguma, pois estas duas atitudes nos mantém presos ao corpo, às sensações e às percepções. 

Thich Nhat Hanh
Nada fazer, não ir a lugar algum

Rigpa o "clarão do conhecimento"



Rigpa é um termo específico de tal modo rico e além dos conceitos que ninguém até agora propôs uma tradução satisfatória para defini-lo. Para palavras de uma tal importância, a tradução por um só vocábulo corre o risco de levar a uma redução conceitual do sentido. Eu escolhi cercar sua definição da melhor maneira, sem buscar em seguida traduzir a palavra rigpa nos textos.

Em inglês, rigpa é freqüentemente traduzido por awareness (consciência desperta) e K. Lipman recentemente tentou uma definição: "The flash of knowing that gives awareness its quality", empregando a fenomenologia. Esta definição, "O clarão do conhecimento que dá ao despertar suas qualidades", é interessante porque ela dá valor ao aspecto cognitivo de rigpa, que dá todo seu valor ao despertar.

No "Rigpa ngotrö tcher thong rangdrol", rigpa é assim representado:

Quando os pensamentos se esvaeceram sem deixar traço algum,
Nesse frescor aonde os pensamentos a vir ainda não apareceram,
No instante onde se estabelece o modo natural sem artifícios,
Eis aqui esta consciência dos tempos comuns,
E desde que fixeis vosso olhar sobre vós mesmos,
Esse olhar que não tem nada para "ver" desagua sobre a claridade,
Rigpa em sua evidência, nu e límpido;
É uma pura vacuidade onde nada de particular existe,
Onde claridade e vazio são indivisíveis,
Nem é eterno, pois que nada existe verdadeiramente,
Nem é o nada, pois que ele é claro e vivo.
Ele não se reduz ao um, estando presente e consciente em tudo,
Ele não é o múltiplo, porque ele tem um único sabor na inseparabilidade.
Tal é esse rigpa natural, e nada além.


Longchenpa
Do livro "La liberté naturelle de l’esprit"
Apresentado e traduzido do tibetano por Philippe Cornu
Tradução para o português Karma Tenpa Dharguy
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1166

A Linguagem é pobre para descrever a Verdade


Na meditação, as experiência não são as mesmas para todos os que a praticam. Uma vez que todo o mundo é condicionado, as experiências de seu próprio kamma (ações passadas) devem estar de acordo com o mesmo kamma, isto é, com as ações acumuladas durante a vida.

Não devemos esperar pelas mesmas experiências alheias, mas sim compreender que, na realização da verdade, existe o mesmo entendimento. No entanto, esse mesmo entendimento se manifesta através de expressões diferentes, uma vez que a maneira pela qual a pessoa se expressa depende das suas experiências, dos substratos de de sua vida. O uso do idioma de cada um, segundo certos tipos de vida e sociedade, conduz invariavelmente a diferentes modos de expressar a verdade.

Daí a advertência de Buda para que não nos deixemos escravizar pelas palavras. A linguagem é pobre demais para descrever a verdade. As palavras não representam a própria verdade, e acreditar no contrário é o mesmo que permanecer num nível superficial.



Donald Swearer em Os Segredos do Lotus
Extraído de palestra proferida por Chao Khun Sobhana Dhammasudhi (Londres, 1968) - monge budista Theravada.

Cansado de ajudar outras seres?


O Buda ensinou três caminhos diferentes em três momentos separados, conhecidos como Os Três Giros da Roda (As Três Voltas do Dharma). Porém, ele resumiu esses três caminhos em uma única frase: "Mente; não há mente; a mente é luminosa".

Aqui "Mente" se refere ao "primeiro giro da roda", o primeiro conjunto de ensinamentos. Indica que o Buda ensinou que há uma "mente", e isso serve para afastar a visão niilista de nenhum céu, nenhum inferno, nenhuma causa e efeito. Quando ele disse, "Não há mente", isso reflete o ponto de vista de que a mente é apenas um conceito e que não existe algo como uma mente dotada de existência verdadeira. A terceira afirmação, "A mente é luminosa", aponta para a natureza búdica, a sabedoria sem equívocos nem ilusões que existe deste o começo.

Nagarjuna, um grande sábio, disse que a finalidade do primeiro giro foi afastar tudo que é não-virtuoso. Quando a não, virtude aparece? Quando você se torna eternalista ou niilista. Portanto, para pôr fim aos atos e pensamentos não virtuosos, o Buda fez o primeiro sermão. O segundo giro, no qual o Buda ensinou sobre a vacuidade, foi apresentado para afastar o apego ao eu, bem como o apego aos fenômenos como verdadeiramente existentes. O terceiro giro destinou-se a afastar todos os pontos de vista, todas as visões, até mesmo a visão da ausência do eu. Os três conjuntos de ensinamentos do Buda não pretendem introduzir algo de novo; sua finalidade é apenas eliminar a confusão.

Como budistas, praticamos compaixão, mas, se nos falta a compreensão deste terceiro selo, a compaixão pode ser um tiro que sai pela culatra. Se você fica apegado à meta da sua compaixão, ao solucionar um problema é possível que você passe por cima do fato de que a sua idéia de solução está inteiramente baseada na sua interpretação, e você pode acabar vítima da esperança e do medo, vítima da decepção. Você pode se tornar um bom praticante do Mahayana e, uma vez, duas vezes, você tenta ajudar os seres sencientes. Mas, porque lhe falta a compreensão deste terceiro selo, pode ser que você fique cansado de ajudar os seres sencientes.

Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1341

Introdução ao Dzogchen



Dzogchen (rdzogs-chen, a grande perfeição) é um sistema avançado de prática budista Mahayana que conduz à iluminação. Encontra-se principalmente nas tradições Nyingma e Bon, mas também aparece como prática suplementar em algumas das tradições Kagyu, tais como Drugpa, Drikung (Drigung) e Karma Kagyu. Aqui, vamos falar de dzogchen de acordo com a escola Nyingma.

Para alcançar a iluminação, precisamos de eliminar para sempre dois grupos de obscurecimentos:

Obscurecimentos Emocionais (nyon-sgrib) - aqueles que são emoções e atitudes perturbadoras e que impedem a liberação;

Obscurecimentos Cognitivos (shes-sgrib) – aqueles relacionados com todos os conhecíveis e que impedem a onisciência.

Estes obscurecimentos trazem-nos, respectivamente, o sofrimento da existência incontrolavelmente recorrente (samsara) e a incapacidade de melhor ajudarmos os outros. São porém momentâneos (glo-bur), e apenas obscurecem a natureza essencial (ngo-bo) da mente e limitam o seu funcionamento. Na sua essência, a mente (atividade mental) é por natureza pura de todas as máculas momentâneas. Este é um aspecto importante da sua natureza búdica.

Em geral, para eliminar os dois grupos de obscurecimento são necessárias a bodhichitta (byang-sems) e a cognição não-conceptual do vazio (stong-nyid, Sânsc. shunyata, vacuidade) - a natural ausência, na mente, de máculas momentâneas, e a sua ausência de impossíveis maneiras de existir (como intrinsecamente contaminada com máculas).

Bodhichitta é uma mente e coração que visa a iluminação, com a intenção de a alcançar e, desse modo, beneficiar todos os seres tanto quanto possível. A eliminação dos obscurecimentos também requer um nível de mente (ou atividade mental) mais conducente à causa desta eliminação. A prática Dzogchen conduz-nos a esse nível.


Fonte: Berzin Archives
http://www.berzinarchives.com/web/pt/archives/advanced/dzogchen/basic_points/introduction_dzogchen.html

Solução

Quando me torno mais desperto espiritualmente, eu tenho mais equanimidade. Eu fico mais estável diante dos altos e baixos da vida. Eu aprecio o sucesso, mas ele não sobe para minha cabeça. Se eu cometo algum erro, eu aprendo e não torno a repeti-lo.

Quando as pessoas ficam apegadas mesmo por suas fraquezas ou pelo seu passado, elas se sentem culpadas. Na culpa não há solução. Só há solução quando há realização, ou seja, quando há entendimento e superação.”

Anthony Strano
Mensagens diárias Brahma Kumaris
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