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O não pactuar com os mecanismos que são parte do Sistema Social e Econômico que atualmente regem a humanidade

O nosso sistema social e econômico nem deve ser objeto de nosso estudo pois nós sabemos que é uma aberração. Se estamos com o propósito de nos mudar e nos formar não devemos pactuar com esse sistema. Não pactuar com o sistema social, não pactuar com o sistema econômico é uma coisa que começa dentro de nós, pois se não começar dentro de nós não tem como nos desligarmos disso. Se é uma decisão externa, não desliga, porque isto está feito de tal maneira que a gente necessite do esquema para coisas muito básicas. Então é preciso fazer todo um trabalho e a oração ajuda muito, para pelo menos não estar identificado com isso tudo que um sistema criminoso.

Estamos diante de uma coisa que aqui no texto diz que é devastadora de valores internos, valores superiores, de leis superiores. Então eu tenho que arrumar uma forma, tem que surgir em mim algo que não me identifique com isso, mesmo que ainda por carma ou por uma situação que eu mesmo criei nas minhas vidas que ainda tenha que estar fazendo parte disso. Vai se descobrindo, a oração vai nos levando a isso, vai se descobrindo uma forma forma de estar nisso sem estar. Isso é uma etapa. Se você descobre uma forma de estar nisso, sem estar, como se não estivesse, esse é o primeiro parte para haver uma grande transformação interna sua. Porque é na transformação interna que nós vamos entrando por certos caminhos. As coisas precisam ser transformadas lá dentro. A transformação tem que vir lá de dentro para fora e não o contrário pois chega no nosso subconsciente encontra aquelas coisas que vocês sabem.

Distinguir o que realmente se faz necessário usar e adquirir dentro da diversidade de produtos que nos é oferecido.

Essa sociedade criou uma diversidade tão grande de ofertas que aquilo nos deixa perdidos, ocupados com muitas coisas que nem deveriam estar na nossa frente. (...) Enquanto nós temos essa grande essa diversidade de coisas entre as quais escolher há seres que não tem nenhuma dessas coisas. (...) Então é uma sociedade que é uma aberração. Nós vivemos isso totalmente habituados, tão habituados que nem notamos mais. Isso já se incorporou nos nossos níveis mais materiais e até nos nossos níveis mentais.

Nós teríamos que ir aprendendo que há muitas coisas que estão disponíveis para nós e tomarmos cuidado de só lançarmos de coisas que são estritamente necessárias. Esse exercício parece banal e simples demais mas é um exercício básico, isto é fundamental, você não lançar mão daquilo que não é necessário. E se nós começarmos a nos observar vemos que não vivemos isso. Vivemos isso em muitos poucos momentos.

A utilização correta de tudo o que os reinos da natureza nos ofertam

Não é só você lançar mão do estritamente necessário mas é lançar mão daquilo e usar corretamente. Então digamos que nós já temos aprendido a não comer demais. Suponha que já temos aprendido isso que é muito básico mas que custa pra aprender. Você já aprendeu a não comer demais, mas aquilo que você come que é o necessário, será que você utiliza corretamente ou põem aquilo na boca e entrega pro seu aparelho digestivo fazer o trabalho? Será que a gente aprendeu a usar isso corretamente? O que será usar isso corretamente?

Você chega diante da mesa de um refeitório e ali tem várias coisas que supomos que são coisas necessárias, se parte do princípio que devem ser coisas necessárias. Então ali existe diversas coiass necessárias e pode ser que até você se sirva de todas, pois são necessárias. Mas como você se serve? Como é que você lança mão disso? Como é que você usa isto? Em que conta que você tem aquilo que está usando? Tudo isso faz parte para que um dia nós possamos virar a primeira das chaves, que nos são oferecidas.


Buscando a Verdade
Trigueirinho
Palestra proferida em 27/Jul/2011
http://www.irdin.org.br/palestra/por/audicao.php?cod=12221

Como conduzir-se estritamente pelo caminho da verdade


É um atributo que faz pensar pois a verdade nós não conhecemos, a verdade é infinita então nós não podemos conhecer a verdade toda, a verdade vai se mostrando pra nós gradualmente à medida que nós a procuramos.

Então se você quer esta coisa que é um pouco abstrata, que é um pouco incompreensível, que nunca vai tê-la completamente a verdade sobre algo. A maior parte das coisas estão ocultas é uma mínima parte que está revelada, isto em tudo, então essa busca da verdade é para sempre e ela vai se mostrando à medida que nós fazemos essa busca, fazemos essa procura em nosso interior, aí ela vai se mostrando.

Agora à medida que nós vamos vendo pequenas partes dessa verdade que estamos buscando, seria necessário que a gente vivesse conforme isso que estamos encontrando. Se a gente não vive de acordo com essa parte da verdade que está se mostrando ela para de se mostrar. Aí você fica como que cristalizado, com uma certa visão da vida porque você não buscou mais. A verdade vai se abrindo, a verdade vai se mostrando quando você a aplica e nós temos alguns setores de nossa vida nos quais a gente não aplica muito a verdade. Em setores muito fundamentais, muito básicos por exemplo: nós conhecemos a verdade sobre o uso da carne, conhecemos a verdade sobre o quanto estamos em débito para com outros reinos da natureza, principalmente com o reino animal, e continuamos comendo carne, continuamos comendo coisas animais. Isto é uma negação da verdade que você já conhece, que você já sabe. Com isso nós pagamos de uma certa forma, nós nos limitamos. Às vezes a verdade quer se mostrar para nós mas nós estamos limitados por ter estacionado em um ponto interior que nós já poderíamos não estar mais estacionados ali.



Buscando a Verdade
Trigueirinho
Palestra proferida em 27/Jul/2011
http://www.irdin.org.br/palestra/por/audicao.php?cod=12221

Desperdícios e Carma

Uma pessoa pergunta: “A propósito dos votos de austeridade e de obediência, podemos pedir a todos que leiam a instrução para contenção da água nos banheiros e nas torneiras, e que isso aconteça?”.

Bem, tudo aquilo que nós desperdiçamos aqui dentro entra no carma da Figueira. Entra não só no nosso carma pessoal, mas entra também no carma da Figueira. Então, se você precisa de tantos gramas de água para lavar as mãos, e você gasta três, quatro litros, isso entra também no carma da Figueira. Porque nós fazemos isso dentro da Figueira e a Figueira não teve ainda possibilidade de sugerir que não faça isso. Então, entra também no carma da Figueira. Então, nós estamos aqui; podemos estar trabalhando positivamente o carma da Figueira como podemos estar contribuindo para o carma da Figueira ficar um pouco mais negativo. Porque estamos desperdiçando coisas aqui dentro.

Aqui, por exemplo, cada um de nós que deixa grãos de arroz no prato que vai para o lixo, que vai para o composto, nós estamos não colaborando com o carma da Figueira. Porque nós não deveríamos jogar fora nem um grão; de nada. Porque há muita gente com fome. Então, cada grão que você joga fora, você está confirmando a necessidade de haver fome. E outros vão ficar com fome porque a humanidade é una.

Cada coisa que você joga no lixo vai produzir mais fome em alguém, porque aquilo não devia ter ido para o lixo. Então, tudo aquilo que se desperdiça, tudo aquilo que se despreza, tudo aquilo que é usado sem ordem, tudo isso corresponde a uma exploração do reino vegetal e do reino mineral. Porque você, para produzir o que tem que ser produzido para alimentar a humanidade, você está usando o reino vegetal, está usando o reino mineral. Então, você está extraindo desses reinos a vida deles. Isso não é para ir pro lixo. Isso não é pra jogar fora. Então, isso cria um carma para nós. Cria o carma da fome, que nós vamos conhecer nesta vida ou numa outra. Ou alguém vai viver de fome. Porque estão desperdiçando coisas.

Eu não sei se vocês sabem que parece que quase 70% do que se produz vai para o lixo. Vocês sabem o que quer dizer isto? Vocês sabem o que um avião joga no lixo quando chega no aeroporto? Avião joga no lixo bandejas inteiras de comida. Isso tudo entra no nosso carma. E é por isso (também) que há fome. Não é só por isso, mas é também por isso.

“E se nós observarmos estas coisas, podemos crescer em nossos votos”, diz a pessoa. Sim, se você fez o voto, se você fez um voto de austeridade, você não pode jogar nem um grão de arroz fora. Você tem que saber o que você colocou em seu prato pra comer. E aquilo deve ser exato. Exato quer dizer: não se saciar totalmente, isto que quer dizer “exato”. “Exato” não quer dizer o seu corpo dizer “basta”, não. Você põe no seu prato aquilo que o seu corpo necessita, mas ele ainda não disse “basta”. Você lhe dá um pouquinho menos, isso é educativo pra ele. Então, se você precisa de 400 gramas de alimento, dê 399. Se ele precisa de 400, você não vai dar 200 nem 100 gramas, você vai dar 399. No dia seguinte você dá 398. Depois você dá 397. Mas ingerindo aquele alimento com gratidão. Porque aí aquele alimento vai suprir o corpo, levado pela gratidão pelo alimento.

Veja que nós precisamos aprender a comer, não é? Precisamos aprender a comer e os nossos refeitórios deveriam ser escolas. Os nossos refeitórios deveriam ser momentos em que você está treinando como se alimentar.

Isso tudo nós temos que aprender. Já devíamos ter aprendido, mas a gente se ocupa em aprender tantas coisas inúteis que não sobra tempo material pra você aprender aquilo que é útil, aquilo que realmente faz parte da sua vida. Não da vida monástica, isso no monastério deve estar pronto. Mas, fora do monastério, isso faz parte da nossa ética de vida. Tudo isso. Porque se você sabe que a Terra está sendo explorada ao ponto de ter que produzir artificialmente, de ter que se por adubos na terra de forma que ela produza artificialmente, de tanto que a esgotaram. E qual foi a nossa contribuição pra isso? Tudo o que nós jogamos fora, ou tudo o que nós não sabemos usar. Porque quando você é grato pelo que usa, você acaba usando corretamente. Mas é a gratidão que vai levando você a usar corretamente.

Nós não só não temos consciência dessas coisas como não nos preocupamos com essas coisas. Então estamos contribuindo para o carma da miséria.

Cada um que joga comida fora ou que come alguns gramas a mais do que o corpo precisa está colaborando diretamente para o carma da miséria e da fome. E claro que essas coisas vão se concentrando e o carma vai dividindo isso segundo os débitos que foram cometidos.

Então como pode, num planeta como este, haver continentes inteiros onde se passa fome? Como pode isso? Porque a Terra produz e 70% do que ela produz jogam fora.


Conversas especiais – 48
Trigueirinho
Palestra proferida em 10/Jul/2011
http://www.irdin.org.br/palestra/por/audicao.php?cod=12206
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