Relação com os Outros


AJUDARMO-NOS

Muitas vezes queremos ajudar o outro. Temos a tentação de consertar o problema dos outros. 
Até entendermos que ninguém precisa ser salvo do seu caminho, não podemos ajudar mutuamente. Ou ainda, em vez de nos ajudarmos, é melhor acompanharmo-nos nossos processos de mudança. Cada um tem suas lições para aprender e cada um deve salvar-se a si mesmo. Quando alguém lhe oferece ajuda, é fácil se agarrar a ele ou ela e acreditar que o salvará de suas dificuldades. Porém, ninguém pode salvá-lo. É você que tem que dar o passo.

Se você quiser iluminar o caminho de alguém, aumenta sua própria luz.

Muitas vezes basta estar presente e escutar se o outro precisa, mas não faça nada, não comece a dar conselhos. Acompanhe com sua presença, com o seu silêncio e com o seu abraço. Assim você o faz de espelho, para que ele veja a si mesmo. A solução está dentro dele. O que tiver que transformar, melhorar ou aplicar na vida dele, ele o fará quando chegar o momento. Não devemos forçar.
Lembre-se de que segundo Freud, o que mais no incomoda nos outros é, na verdade, um reflexo oculto de nós mesmos. É a projeção nos outros de aspectos que nos incomodam da nossa própria personalidade, mas que não reconhecemos como nossos de uma maneira consciente. Nesses casos, ajudar o outro é uma forma de fugir dessas características nossas.
Às vezes, não podemos tolerar ver o outro sofrer e querer evitar que ele sofra. De vez em quando o sofrimento é necessário para limpar-se, para reconhecer, para querer mudar e transformar. Não conhecemos as razões profundas do sofrimento do outro.

O EXPERIMENTO DAS MARIPOSAS
Em certa ocasião foi feita uma experiência com mariposas. Para sair do casulo elas devem fazer um enorme esforço, parece que quase sentem uma dor e sofrem para conseguir furar o casulo. Então um pesquisador cortou com muito cuidado o casulo para ajudar a mariposa a sair dali sem sofrer. Vez e outra, as mariposas às quais ele havia facilitado a saída com esse método, morriam.

A descoberta foi que a mariposa, com o esforço que faz para sair do casulo, movimenta os líquidos do seu corpo até as asas, o que as fortalece, lhes dá vitalidade e assim poderá usá-las e voar. Mas, se ajudarmos a sair sem esforço, ela morre, pois fica inválida. Devemos ter cuidado para, ao ajudar alguém para que não sofra, não o tornarmos inválido.


Mirian Subirana
Criatividade para Reinventar Sua Vida: mudanças, intuição e alquimia espiritual
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