Morte e Vida


Então para nós a morte é o fim total, o fim de seu apego – certo? - o fim de tudo que você reuniu. Você não pode levar com você. Pode até gostar de ter aquilo até o último minuto, mas não pode possivelmente levar com você.

Então nós dividimos a vida em morrer e viver. E esta divisão produziu grande medo. E a partir desse medo inventamos todos os tipos de teorias, muito confortantes, pode ser ilusório mas é muito confortante, ilusões são confortavelmente neuróticas.

Então é possível, por favor, estou lhe fazendo esta pergunta, é possível, como vivemos, morrer para as coisas a que estamos apegados? Você compreende minha pergunta? Sou apegado à minha reputação – Deus me livre! - sou apegado a ela. E a morte está chegando, porque estou ficando velho e tenho medo, pois vou perder tudo. Então posso ficar totalmente livre da imagem, da reputação que as pessoas me conferiram? Compreende? De modo que você morre enquanto vive.

Será que você está entendendo? Então a divisão entre viver e morrer não está milhas distante, está junto. Imagino se você entende isto, por favor. E se você compreende a grande beleza disso a cada dia, ou a cada segundo, não há acumulação, acumulação psicológica, você tem que acumular roupas com dinheiro e assim por diante, isso é diferente, mas psicologicamente não existe acúmulo como conhecimento, como apego, dizer, 'Isto é meu'.

Você fará isso? Você realmente fará esta coisa de modo que o conflito entre morte e vida com toda sua dor e medo e angústia chegue totalmente ao fim, de modo que você está – o cérebro está encarnado? Compreende? Imagino se você compreende tudo isto. O cérebro renasce novo, e assim nisso há tremenda liberdade.

Krishnamurti
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