Conheça a armadilha para sair dela



É essencial aprender a confrontar-se com os aspectos menos agradáveis da  existência.

Nosso trabalho como meditantes é aprender a ser pacientes conosco mesmos, nos ver de uma maneira imparcial, completa, com todo nosso sofrimento e inadequação. Temos  que aprender a ser bondosos conosco. A longo prazo, evitar o desagradável é uma coisa  cruel contra você mesmo.  Paradoxalmente, bondade implica em um confronto com o desagradável, quando ele aparece.

Uma das mais populares estratégias humanas para lidar  com as dificuldades é a auto-sugestão: quando algo  ruim sobrevêm, você convence a si  mesmo que ele não está ali, ou se convence que ele é mais agradável do que desconfortável.

A tática do Buda é o oposto. Ao invés de esconder ou disfarçar, o ensinamento do Buda encoraja-o a examinar exaustivamente. O Budismo aconselha-o a não acrescentar sensações  que na verdade não tenha e a não evitar sensações que você tenha. Se é miserável você é  miserável; esta é a realidade, isto é o que está acontecendo, então se confronte com isto.  Olhe de frente, sem hesitar. Quando estiver tendo um tempo ruim, ruim é isto, observe  atentamente, estude o fenômeno e aprenda seu mecanismo.


O jeito de se escapar de uma  armadilha é estudar a própria armadilha, aprender como ela foi construída. Você faz isto tomando a coisa em separado, peça por peça. A armadilha não poderá lhe pegar se tiver sido
examinada parte por parte. O resultado é liberdade.


Bhante Henepola Gunaratana
A Meditação da Plena Atenção,  Tradução da equipe da Casa do Dharma

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