A consciência armazenadora também é uma vítima. É um objeto de apego; não é livre, nela há elementos de ignorância - ilusão, raiva, medo - e estes elementos formam uma força de energia que agarra e que quer possuir. Este é o quarto nível de consciência chamado manas.
Manas tem na sua raiz a convicção em um ego separado, a convicção em uma pessoa. Esta consciência, o sentimento e instinto chamado "eu sou," é profundamente enraizado na consciência armazenadora. Não é uma visão da consciência mental. Profundamente enraizado nas profundidades da consciência armazenadora está a idéia de que há um ego que está separado dos elementos não-eu. A função de manas é agarrar a consciência armazenadora como um eu separado.
Outro modo de pensar em manas é como consciência adana. Adana quer dizer "apropriação". Imagine que de uma videira nasce um broto, e então o broto retrocede, abraça e cerca o tronco da árvore.
Esta profundamente arraigada ilusão - a convicção que há um ego – está lá na consciência armazenadora como o resultado da ignorância e medo, e dá origem a uma energia que se volta e abraça a consciência armazenadora e faz disto o único objeto de seu amor.
Manas está sempre operando. Nunca deixa a consciência armazenadora se libertar. Sempre está abraçando, sempre segurando ou grudando na consciência armazenadora. Acredita que a consciência armazenadora é o objeto de seu amor. É por isso que a consciência armazenadora não é livre.
Há uma ilusão que a consciência armazenadora sou "eu," é meu amado, assim eu não posso deixá-la ir.
Dia e noite há um segredo, uma cogitação profunda que este sou eu, isto é meu, e eu tenho que fazer tudo que eu puder para agarrar, proteger, e fazer isto ser meu. Manas nasce e é enraizada na consciência armazenadora. Nasce da consciência armazenadora, se vira e abraça consciência armazenadora como seu objeto: "Você é meu amado, você sou eu."
A função de manas é se apropriar da consciência armazenadora como sua.
Thich Nhat Hanh
Buddha Mind, Buddha Body