Dhyana (Meditação)



Para a imensa maioria das pessoas, meditar significa projetar nossa mente em vários cenários e idéias, em um vasto ciclo de imagens e símbolos.

Nas tradições religiosas superiores (sejam estas ocidentais e orientais), meditar é algo bem diferente; na realidade, trata-se da busca de um estado elevado de consciência, visando a comunhão divina.

O grande objetivo é contatar com o “Reino de Deus”, dentro de nossos corações, segundo as mensagens dos Grandes Mestres da Humanidade. “Dhyana é a porta de ouro que, uma vez aberta, conduz ao Reino de Deus. Dhyana (meditação ou contemplação), é a contínua e prolongada corrente de pensamento, dirigida a um determinado objeto, até chegar a se unificar com ele”. (Helena P, Blavatsky).

Na realidade, a meditação tem como objetivo alcançar a Graça, a Sabedoria Divina e a plena felicidade. Se nós efetuarmos um retrospecto da história e da vida dos Grandes Mensageiros da Humanidade, tais como Krishna, Buda, Jesus Cristo e Moisés, iremos comprovar que a grande meta desses elevados Mensageiros era estabelecer o contato com a presença de Deus em seus corações. através da prática da Dhyana. E esse é o grande objetivo do verdadeiro discípulo religioso: estabelecer essa sagrada comunhão espiritual, que nos proporcionará sabedoria e felicidade.

A sede de nosso espírito, de nossa supra-consciência, se encontra no centro de nosso peito, o “Reino de Deus”, onde nós encontramos (em todas as religiões), as imagens dos Avataras com um “sol luminoso” no peito, tradicionalmente conhecido pelos yoguis como chakra anahata.


Dhyana, a meditação, é portal divino 
que nos conduz ao Reino de Deus.

As mensagens dos Grandes Avatares, dirigida a todos os seres, consiste precisamente em orientar os seus discípulos a estabelecer essa sagrada comunhão, a qual sómente será possível através da Dhyana. O conhecimento teórico, a leitura dos textos sagrados, por si só, não pode conduzir o discípulo à realização espiritual.

Essa é a suprema e divina chave que nos conduzirá à sabedoria e à felicidade. Dominar esse turbilhão de pensamentos, através da serenidade mental, imobilidade física e ausência de imagens, são as ferramentas fundamentais para o pleno contato com a Divindade em nossos corações. Se nós observamos a vida dos grandes santos (sejam yoguis, cristãos ,budistas, muçulmanos, judeus e grandes filósofos) iremos comprovar que todos adotaram o mesmo procedimento para a completa realização espiritual.

Sri Vayera Yogui Dasa (Dom Benjmain Guzman Valenzuela) em um magnífico estudo sobre esse tema, nos ensinou:

“Meditar não é pensar, não é articular o pensamento, levando a imaginação  de um lado para outro. Meditar espiritualmente é aquietar a mente, descansando-a, fazendo com que ela repouse em um objeto formoso e agradável . . .essa é a meditação da quietude ou contemplação, para tranquilizar a mente e receber as bênçãos do Sêr Venerado. . esse é um dos benefícios que se alcança mediante a YOGA. As pessoas que seguem esse caminho, cada dia aumentam, com suas almas, as forças espirituais, vibrantes de felicidade.”

Se nós estudarmos a vida dos grandes santos, iremos verificar que o supre- mo objetivo dessas almas era contatar com essa presença divina, a qual se encontra latente em todos os seres. Podemos comprovar também que, em todas as Religiões, esse é o princípio fundamental para a comunhão espiritual.

Sri Vayera, que foi nosso instrutor espiritual, sempre nos transmitiu essa mensagem, a qual é também universal e eterna, adotada em todas as épocas por grandes filósofos, religiosos e sábios.

Todos os grandes seres, que alcançaram a sabedoria divina e o amor universal, nem todos possuíam a cultura escolástica e acadêmica, mas se tornaram grandes sábios e santos, unicamente através da dhyana (meditação). Devemos sempre nos lembrar dos Grandes Missionários da Humanidade, entre eles, Jesus Cristo, que nos transmitiu um sagrado ensinamento espiritual:




“Não busqueis o Reino de Deus 
aqui ou acolá, mas dentro de vós!”.



Concluindo nossa palestra, achamos oportuno transmitir algumas instruções práticas, principalmente para aqueles que estão presentes em nossa reunião e que ainda não pertencem à nossa Organização espiritual,a Suddha Dharma Mandalam. A vivência da Dhyana é de suma importância para todas as pessoas que se encontram interessadas no Caminho Espiritual, independentemente de sua cultura religiosa, seja cristã, budista, muçulmana ou quaquer outra doutrina. Em nossa época, a Ciências acadêmicas já comprovaram também a extraordinária eficácia da prática da meditação diária para todas as pessoas, e seus efeitos extraordinários na saúde física e mental. Com essas considerações, achamos oportuno transmitir a todos os presentes, algumas orientações para se realizar, com êxito, a prática da diária da meditação:

1) Em um cômodo tranqüilo, sem ruídos e com meia-luz, sentar-se em uma cadeira ou poltrona agradável;

2) Fechar suavemente os olhos;

3) Manter a cabeça em linha com a coluna;

4) Respirar suavemente, sem nenhum esforço;

5) Fixar o pensamento entre as sobrancelhas;

6) Colocar o pensamento em um Grande Ser de sua preferência, (Krishna, Buda, Jesus, Moisés etc.)

7) Efetuar seus apelos pessoais e, depois, permanecer em silêncio por alguns minutos.




Sérgio Fonseca B. Barretto

Palestra proferida em Florianópolis-SC, no IX Congresso da SUDDHA DHARMA MANDALAM, em Julho/2008
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