Meditação Raja Yoga - Parte 12 - A sétima etapa: Dhyana


A fim de atingir o estado superconsciente de uma maneira científica, é necessário passar através dos vários estágios de Raja-Yoga. Depois de Pratyahara e Dharana, chegamos a Dhyana, a meditação. Dhyana é a sétima etapa da Raja Yoga.


Quando a mente foi treinada para permanecer fixa em um determinado local interno ou externo, chega a ela o poder de fluir em uma corrente ininterrupta, por assim dizer. Este estado é chamado Dhyana. 

Em Dhyana o foco no objeto atingido em Dharana se estabiliza e nele permanece. A concentração do iogue permanece no ponto entre as sobrancelhas e a meditação pode ser feita utilizando um pensamento semente. O pensamento semente se torna o objeto da meditação. 

Causas externas, movimentos internos e a reação 
Estas idéias devem ser compreendidas ao estudarmos Dhyana, ou meditação. Ouvimos um som. Primeiro há a vibração externa; segundo, o movimento dos nervos que a leva à mente; terceiro, a reação da mente, com a qual surge, como relâmpago, o conhecimento do objeto que era a causa externa dessas diferentes mudanças, desde as vibrações etéreas às reações mentais. Estes três fenômenos sã chamados, na yoga, sabda (som), artha (significado), e jnana (conhecimento). 

Na linguagem da fisiologia são chamados a vibração etérea, o movimento no nervo e cérebro, e a reação mental. Os três, através de processos distintos, misturaram-se de maneira a tornar-se indistinguíveis. De fato, não podemos agora perceber nenhum deles; apenas percebemos seu efeito culminado, que chamamos objeto externo. Cada ato de percepção inclui os três e não hã razão por que não podemos distingui-los.

Quando por prévia preparação, a mente se tenha tornado forte e controlada e obtido poder mais fino de percepção, deve ser utilizada na meditação. Esta, deve começar com objetos grosseiros e vagarosamente elevar-se a objetos mais finos, até tornar-se sem objeto. A mente deve primeiro dedicar-se a perceber as causas externas das sensações, depois os movimentos internos e depois sua própria reação. Quando conseguir perceber, isoladas, as causas externas das sensações, obterá o poder de perceber todas as existências materiais sutis, todos os corpos e formas finos

Quando assim  consegue perceber os movimentos internos em si mesmos, terá o controle de todas as ondas mentais, em si mesma ou nos outros, antes mesmo que se tenham traduzido em energia física. E quando a mente do iogui estiver apta a perceber a reação mental em si mesma, terá adquirido o conhecimento de tudo, desde os objetos sensíveis, como todo pensamento, são o resultado dessa reação. Então o iogui verá os alicerces da mente e ela estará sob seu perfeito controle.



Swami Vivekananda
Raja Yoga


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