A vida cíclica
No presente as nossas vidas são idênticas. Hoje estamos simplesmente a fazer as mesmas velhas coisas que sempre fizemos. As pessoas pensam em demasia.
Existem tantas coisas para elas se interessarem, mas nenhuma delas leva a realização. Existem as ciências como a matemática, física, psicologia e por aí fora. Tu podes pesquisar um sem número delas mas só podes finalizar as coisas com a verdade.
Supõe que tínhamos uma carroça a ser puxada por um boi. As rodas não são longas, mas os rastos são. Enquanto o boi puxar a carroça os rastos seguem. As rodas são redondas, no entanto os rastos são longos; os rastos são longos mas as rodas são somente círculos. Olhando para uma carroça parada não consegues ver nela nada que seja longo, mas quando o boi começa a andar, ves os rastos a alongarem-se atrás de ti.
Enquanto o boi puxar, as rodas continuam a girar…mas virá um dia em que o boi se cansa e deixa os seus arreios. O boi vai-se embora e deixa a carroça vazia ali parada. As rodas já não giram. No seu devido tempo a carroça degenera, os seus componentes voltam aos quatro elementos – terra, água, ar e fogo.
Ao procurar a paz no mundo, tu alongas os rastros da carroça infinitamente atrás de ti. Enquanto seguires o mundo não há parada, nem descanso. Mas se deixares de o seguir, a carroça para, as rodas já não giram.
Seguir o mundo faz girar as rodas incessantemente, criando mau Kamma no processo. Enquanto seguires os velhos hábitos não há parada. Se parares tudo pára. É assim que nós praticamos o Dhamma (caminho).
Ajahn Chah
Uma oferta de Dhamma