O papel da atenção, da distração e da tranquilidade no equilíbrio de nosso corpo




Durante todo o dia oscilamos entre momentos de atenção e de pura distração. Se houvesse como medir um e outro, concluiríamos que passamos mais distraídos e fazendo coisas no automático do que atentos àquilo que realizamos. Desde as pequenas coisas (escovar os dentes, pentear o cabelo, vestir uma roupa) até as mais complexas (dirigir um carro, desenvolver uma tarefa no trabalho, conduzir uma reunião) oscilamos milhares de vezes entre atenção e distração. 

A importância de fazer algo focado é um lugar comum para aqueles que lidam com a produtividade humana no trabalho. O foco é o ato de direcionar esforços. A atenção e a concentração decorrem do foco, pois são níveis da mente que só serão atingidos com esforços direcionados para um único ponto. No caso do trabalho, focar em uma única tarefa é o passo inicial necessário para se atingir a atenção plena.

Quando eu era estudante, minha mãe por vezes dizia “distraia um pouco” depois de períodos de estudos. Isso realmente é algo positivo. A mente tem uma capacidade limitada de se manter em atenção plena. Então dar um “descanso” para a mente é necessário. O problema é que entendemos que assistir TV, ler um jornal cheio de notícias pesadas, fofocar, etc... estamos dando esse descanso para mente, o que não é real. Estamos apenas distraindo a mente, levando ela de um assunto para outro.

Distrair a mente é quase um pleonasmo hoje em dia, pois a maior parte do tempo é esse estado que a nossa mente já se encontra. O aprendizado está muito mais em aprender como colocar a mente em atenção plena e como mantê-la tranquila no restante do tempo ao invés de distraí-la, pois a distração nada mais é do que a fragmentação do foco, o que acaba levando a mente de um assunto para outro o dia todo. Isso causa desgaste e cansaço cerebral e como já foi obsevado cientificamente, haverá uma grande demanda por energia para sustentar esse processo (glicose). Essa demanda cerebral causa fome. Para saciarmos a fome vamos ingerir muito mais energia do que precisamos. Daí os desequilíbrios em nossa massa corporal e as tentativas de reequilíbrio através de dietas ou exercícios.

Lembre-se então que a atenção plena é algo que só se atinge com um certo foco e esforço e que a distração é como fragmentar essa atenção em diversos assuntos e focos diferentes. O caminho do meio, onde realmente descansamos a mente, é mantê-la em estado de tranquilidade e calma.

Meditar, escutar uma música, caminhar, parar no trabalho por alguns minutos, tentar não ficar remoendo o passado ou se preocupando com o futuro mantendo a atenção ao momento presente, podem ser formas de atingir essa tranquilidade. Quando aprendemos a manter a mente mais tempo nesse estado de calma e tranquilidade, experimentamos menor stress e temos maior capacidade de enxergar os eventos a nossa volta,  tomar as decisões necessárias sem envolver emoções bem como experimentamos mudanças em nosso corpo nos mecanismos de ansiedade e saciedade, que influenciam por sua vez, entre outras coisas, o equilíbrio de nossa massa corporal.

Treine então como oscilar entre atenção e tranquilidade, ao invés de atenção e distração. Ainda que seja humanamente improvável suprimir a distração, é possível diminuir sua participação enquanto vivemos mais momentos de tranquilidade.

PR
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