ALUNO: Você falou muito sobre impiedosidade e destemor? Com relação a que somos implacáveis? Você apenas implacavelmente assume uma atitude psicológica particular?
TRUNGPA RINPOCHE: O ponto de ser implacável é que quando você é implacável, ninguém pode persuadi-lo. Ninguém é capaz de seduzi-lo numa direção pouco saudável. É implacável nesse sentido, e não no sentido convencional da agressão ilógica - tal como é o caso de Mussolini ou Hitler ou alguém desse tipo. Você não pode ser persuadido ou seduzido; você não aceitaria isto. Mesmo as tentativas de seduzi-lo produzem uma energia que é destrutiva na direção daquela sedução. Se você está completamente aberto e completamente excitado em termos de louca sabedoria, ninguém pode atraí-lo para seu território.
A: Então você mantém esta implacabilidade.
TR: Você não se mantém implacável. Sua implacabilidade é mantida pelos outros. Você não mantém coisa alguma. Você apenas está ali, e o que quer que surja, você apenas re-projeta. Tome o fogo por exemplo. Ele não possui seu poder de destruição. Aquilo apenas acontece. Quando você coloca algo no fogo ou tenta apagá-lo, seu poder ofensivo simplesmente surge. É a natureza orgânica ou química do fogo.
A: Quando estas coisas vêm até você, então você tem que ser implacável de forma a repeli-las, certo? Então parece que um julgamento tem que ser feito quanto a certo e errado, de forma que isso que surje a você seja percebido como positivo ou negativo, de forma a ser compassivo ou implacável.
TR: Não vejo assim. Este é o ponto principal do tipo transcendental de implacabilidade. Não necessita julgamento. A situação gera a ação. Você simplesmente reage, porque os elementos contêm agressão. Se lidarmos ou interferimos com os elementos de uma forma irreverente ou sem habilidade, eles rebatem.
A implacabilidade parece sobreviver num sentido de relatividade, "disto" versus "aquilo", mas de fato não é assim. É absoluta. Os outros apresentam uma noção relativa, e você corta. Este estado de ser não é num nível relativo de forma alguma. Em outras palavras, este absoluto corta através de todas as noções relativas que surgem, mas ainda assim permanece auto-contido.
Chögyam Trungpa Rinpoche
Crazy Wisdom
Traduzido por Eduardo Padma Dorje em 03/09/2001
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1024
Pontos para auto-reflexão
Felicidade. Todas as pessoas se esforçam para a felicidade. A sabedoria antiga diz-nos que a felicidade virá a nós quando deixarmos de busca-la para nós mesmos, quando vivemos com o fim de fazer os outros felizes. A felicidade não é encontrada nas coisas exteriores e circunstâncias, mas em contentamento interior. Tornamo-nos mais felizes na medida em que nos libertamos do nosso descontentamento, nossa inveja, nossas demandas sobre outras pessoas e sobre a vida.
Aceitar o inevitável. Certas coisas estão em nosso poder, a maioria das coisas não são. Não adianta reclamar do inevitável, lamentando, colocando uma resistência, desejando algo diferente. Desejos vãos roubam a vontade, o poder de que precisamos para fazer uma contribuição positiva onde nós de fato podemos.
Sofrimento. O sofrimento é inevitável enquanto somos seres humanos. Devemos como uma questão de princípio, sem exceção, independentemente da nossa simpatia ou antipatia para com a pessoa que sofre tentar ajudar quando e onde pudermos. O sofrimento é, no fundo, sempre auto-causado por crimes contra as leis da vida. É, no entanto, um equívoco das leis da vida abster-se de ajudar, invocando "o carma da pessoa que sofre" como uma desculpa. Porque quando se tenta aliviar o sofrimento nós somos os agentes das leis da vida.
Ataques. Quando estamos sob o ataque de outras pessoas, quando estamos sendo criticados ou culpados, nós em 99% dos casos encaramos com repulsa , repudiando de forma agressiva e retaliamos com abuso correspondente, ou depressivamente repousando na auto-piedade. No entanto, existe um terceiro método, que é positivo, construtivo e evolutivo para ambas as partes: a compaixão impessoal. Usando isto nós ouvimos as críticas com esse espírito: "Eu posso aprender alguma coisa disto, por mais que essa situação seja exagerada e bizarra. Eu posso saber o que a outra pessoa pensa serem minhas falhas, o que pode me ajudar a superá-las. Eu aprendo algo sobre a natureza e funções do homem. Eu exercito-me na virtude da invulnerabilidade e, acima de tudo: Eu promovo uma melhor relação com essa pessoa, encarando a ira com calma, para que então ela não possa fazer outra coisa senão lamentar o assunto mais tarde, de modo que podemos nos tornar amigos de novo . "Nós somos responsáveis uns pelos outros. Se encaramos a indelicadeza com indelicadeza, então infalivelmente contribuiremos para que a outra pessoa fique presa em um estado negativo e doloroso.
Do medo de falhar, isso é um sério obstáculo para a evolução. Muitas vezes deixamos de agir, de fazer o que podemos por medo de cometer erros. A teoria Hylozoica (Pitágoras) nos proporciona a compreensão teórica do fato de que o homem é um ser muito imperfeito, já que ele está em desenvolvimento. Mas, de alguma forma, ainda se apeguem a esse vida hostil moralista (fomentado pelas exigências do cristianismo que o homem seja perfeito), dizendo que "ele é perfeito não comete erros óbvios". O absurdo deste ponto de vista é claro pelo fato de que o indivíduo passivo que está sentado quando algo errado está sendo feito, obviamente, "não comete erros". De acordo com a lei da colheita, no entanto, a passividade e omissão têm as suas consequências, e de nenhuma maneira mais suaves. Uma maneira de sacudir essa passividade perversa é dizer para si mesmo várias vezes: "O valor que dou a mim mesmo não é devido aos meus chamados fracassos, mas minhas tentativas sinceras e minha busca constante de evoluir."
Pare de acusar os outros pelos problemas! De preferência procure as causas em si mesmo, se você a procura em tudo que está fora! Não seja lento para agir! Faça isso agora!
Confie em si mesmo. Geralmente, somos muito dependentes da forma como as outras pessoas nos vêem e valorizam nós. Estar sob esta força nos esforçamos para agradar os outros e temos uma compulsão interna para justificar nossas ações antes dos outros. Precisamos fortalecer a nossa confiança em nós mesmos. Um bom começo é abster-se, em princípio, de dar aos outros vislumbres de nossa vida privada, de explicar os motivos para os nossos pontos de vista particulares, etc, que é um direito concedido a nós pela lei da liberdade. É um método de trabalho do lado da evolução também porque é uma forma não agressiva de neutralizar eficientemente fofoca geral e curiosidade.
Gratidão. Todos os dias devemos contemplar, por alguns minutos, quão imensamente são as coisas que temos as quais devemos ser gratos, quantos favores, oportunidades, a vida nos dá possibilidades em quase todos os momentos, como poderíamos usá-las melhor no serviço da vida e ao fazê-lo pagar por nossos débitos. Lema: "Seja grato por tudo!"
Henry T. Laurency
Prática Espiritual
ALUNO: Como nos relacionamos com esperança e medo através da disciplina da prática espiritual?
RINPOCHE: Este é um bom ponto, na verdade. Desse ponto de vista, tudo que é violento - tudo que não conhece esperança e medo - relaciona-se com a prática espiritual.
Chögyam Trungpa Rinpoche
Crazy Wisdom
Traduzido por Eduardo Padma Dorje em 03/09/2001
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Espiritualidade é uma forma
(...) em outras palavras, espiritualidade não é realmente o caminho,
mas espiritualidade é uma forma de condicionar nosso caminho, nossa energia.
Chögyam Trungpa Rinpoche
Crazy Wisdom
Traduzido por Eduardo Padma Dorje em 03/09/2001
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1024
Despertar requer Prática
Nossa essência intrínseca é um estado da maior simplicidade, embora durante o processo de se revelar tenhamos de trabalhar com a complexidade e a confusão de nossas mentes, como elas são (estão) no presente.
Pode parecer que ensinamentos como esse na verdade encorajem a não meditar ou fazer qualquer tipo de prática. Entretanto, as vidas dos grandes mestres dzogchen mostram que eles passaram muitos anos em retiro e fizeram esforços tremendos, antes que atingissem o estado espontâneo da consciência natural. Em adição, suas biografias revelam que tiveram uma fé e uma devoção extraordinárias a seus gurus e grande respeito por todos os estágios do caminho.
Podem existir algumas poucas pessoas que, como resultado de práticas de vidas anteriores, possam penetrar direto na essência em um curto período de tempo, mas a grande maioria de nós precisa passar por um período mais longo de preparação. Para se basear no estado de não-meditação e não-perturbação [não-distração], precisamos praticar a meditação convencional primeiro, senão apenas permanecemos sob a influencia da perturbação/distração, quer estejamos conscientes disso ou não. Como diz o texto:
Todos os seres são na realidade a essência desperta,
Mas sem praticarem de fato eles não irão despertar.
Francisca Fremantle
VAZIO LUMINOSO
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1170
Pensamento Semente para Meditação
Minha vida está entregue à Inteligência Divina. Estou agora livre, receptivo e submisso aos seus valiosos ensinamentos e orientações.
Catherine Ponder
Catherine Ponder
Percepção e Liberdade
Tudo que parece nos prender e nos iludir vem da nossa própria percepção equivocada.
A mente construiu sua própria prisão e sua própria teia de enganos. Portanto, assim que a verdadeira natureza da mente é realizada, ela é vista como tendo estado sempre essencialmente livre; naquele instante, ela se libera por seu próprio poder.
Francisca Fremantle
VAZIO LUMINOSO
http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=1170
O Segredo da Ação (Karma)
O homem ideal é aquele que em meio do maior silêncio e solidão encontra atividade intensa, e em meio da maior atividade sente o silêncio e a tranquilidade do deserto. Um homem assim aprendeu o
segredo da restrição: governa-se a si mesmo.
Enquanto anda pelas ruas de uma grande cidade repleta de tráfico, sua mente está tranquila como se estivesse em uma caverna aonde não pudesse chegar um único som, e trabalha intensamente todo o tempo.
Este é o ideal do Karma-Yoga, e se o tiverdes alcançado, tereis aprendido realmente o segredo da ação.
Swami Vivekananda
Karma-Yoga
Cultivando o amor bondade (metta)
O tipo de amor bondade que queremos cultivar não é o amor comum tal como é entendido no uso diário.
Quando você diz, por exemplo, "eu amo tal pessoa" ou "tal coisa", o que você realmente está querendo dizer é que você deseja a aparência, comportamento, idéias, tom da voz ou a atitude em geral daquela pessoa, em relação a você particularmente, ou em relação à vida de forma geral. Se aquela pessoa mudar as coisas pelas quais você a deseja, você poderá decidir que não a ama mais. Se as preferências, caprichos e fantasias das pessoas mudarem, elas não mais dirão "eu amo tal pessoa".
Nessa dualidade de amor-ódio você ama uma pessoa e odeia outra. Você ama agora e odeia depois. Você ama quando quiser e odeia quando quiser. Você ama quando tudo está bem e sem problemas e odeia quando alguma coisa dá errado no relacionamento entre você e a outra pessoa.
Se o seu amor muda dessa forma de tempos em tempos, de lugar em lugar e de situação para situação, então o que você chama de "amor" não é metta mas sim desejo, cobiça ou luxúria - de nenhuma forma isso é amor.
O tipo de amor bondade que queremos cultivar através da meditação não possui um oposto ou um motivo velado. Assim, a dicotomia amor-ódio não se aplica ao amor bondade cultivado através da sabedoria ou da atenção plena, pois ele nunca irá se transformar em ódio à medida que as circunstâncias mudarem.
O verdadeiro amor bondade é uma faculdade natural que está oculta sob o amontoado de desejo, raiva e ignorância. Ele não pode ser dado. Nós precisamos encontrá-lo dentro de nós mesmos e cultivá-lo com a atenção plena.
A atenção plena o descobre, cultiva e mantém. A consciência do "eu" (ahankara) se dissolve com a atenção plena e o seu lugar é tomado pelo amor bondade isento de egoísmo.
Bhante Henepola Gunaratana
http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/metta_bhanteg.php
Sentimentos
Independentemente do que acontece fora, podemos aprender a tomar a responsabilidade pelo que sentimos e deixar de culpar os outros. Ao invés de ficarmos irritados, feridos ou com raiva diante da preguiça, desonestidade ou atraso dos outros, podemos optar por permanecer estáveis em resposta ao comportamento das pessoas.
Mesmo se algo aconteceu no passado, não deveríamos culpar o passado pelos sentimentos que temos hoje. Nossos sentimentos hoje são nossa responsabilidade e escolha. Tudo que acontece externamente é um estímulo - experiências passadas, situações presentes, movimentos planetários. Seja qual for o estímulo, a resposta é criada por nós mesmos.
Mas eu, a alma, já sou paz, amor, contentamento. Nada do que está fora precisa ser perfeito para que possamos experimentar nossas próprias qualidades. Já as temos.
BK Shivani
Meditação: invista tempo e energia. Aprenda a lidar com o sofrimento.
A dor é inevitável, mas o sofrimento não. Dor e sofrimento são dois animais diferentes.
Caso uma daquelas tragédias se abater sobre seu estado de mente atual, você sofrerá. O padrão habitual que atualmente controla sua mente lhe prenderá naquele sofrimento e não haverá saída.
Um pouco de tempo gasto para aprender alternativas àqueles padrões habituais será um bom investimento de tempo. A maioria dos seres humanos gasta suas energias inventando maneiras de aumentar o prazer e diminuir a dor. O Budismo não aconselha que se pare totalmente com todas essas atividades. Dinheiro e segurança está bem. A dor deve ser evitada sempre que possível. Ninguém está dizendo a você doar todas
as suas posses e buscar desnecessárias dores, mas o Budismo lhe aconselha a investir parte do seu tempo e energia aprendendo a lidar com o desprazer, porque alguma dor é inevitável.
Vendo um caminhão vindo para cima de você, pule para fora da estrada de qualquer maneira. Mas gaste algum tempo também em meditação.
Aprender a lidar com o desconforto é o único caminho para preparar-se para manejar a situação do caminhão que você nem tinha visto.
Problemas aparecerão na sua prática. Alguns deles serão físicos, outros emocionais, e alguns serão de atitudes Todos podem ser enfrentados e cada um tem uma resposta especifica. Todos são oportunidades de se libertar.
Bhante Henepola Gunaratana
A Lembrança de Si
P.- A lembrança de si ou a auto-observação são incompatíveis com o desistir e o estar aqui?
R: A lembrança de si é, na verdade, uma técnica muito perigosa. Pode tanto consistir na observação de nós mesmos e de nossos atos, como um gato faminto observa um rato, quanto pode ser um gesto inteligente de estarmos onde estamos. Toda a questão se resume em que, se tivermos alguma ideia de relação - estou vivendo esta experiência, estou fazendo isto - o "eu" e o "isto" são, igualmente, muito fortes.
De uma forma ou de outra, haverá conflito entre "eu" e "isto". É mais ou menos como dizer que "isto" é a mãe, e "eu", o pai. Com a presença destes dois extremos tão polarizados, estamos fadados a dar origem a alguma coisa. Daí que a ideia toda consiste em fazer com que "isto" não esteja presente, pois neste caso "eu" tampouco estará. Ou, então, que "eu" não esteja presente e, portanto, "isto" também não.
Não se trata de nos dizermos isto, mas sim de senti-lo, uma experiência efetiva. Precisamos afastar o observador que vigia os dois extremos. Afastado o observador, a estrutura toda cai por terra.
A dicotomia só subsiste enquanto houver um observador que mantenha o quadro todo em pé. Precisamos remover o observador e a complicadíssima burocracia que ele cria para se certificar de que nada vai escapar ao quartel-general. Afastado o observador, abre-se um espaço enorme, pois ele e a sua burocracia ocupam demasiado lugar. Se eliminarmos o filtro do "eu" e "outro", o espaço torna-se vivo, preciso e inteligente. O espaço contém a precisão incrível de poder trabalhar com as situações nele existentes. Na realidade, não precisamos do "vigia" ou do "observador" para nada.
Chögyam Trungpa Rinpoche
ALÉM DO MATERIALISMO ESPIRITUAL
Conheça a armadilha para sair dela
É essencial aprender a confrontar-se com os aspectos menos agradáveis da existência.
Nosso trabalho como meditantes é aprender a ser pacientes conosco mesmos, nos ver de uma maneira imparcial, completa, com todo nosso sofrimento e inadequação. Temos que aprender a ser bondosos conosco. A longo prazo, evitar o desagradável é uma coisa cruel contra você mesmo. Paradoxalmente, bondade implica em um confronto com o desagradável, quando ele aparece.
Uma das mais populares estratégias humanas para lidar com as dificuldades é a auto-sugestão: quando algo ruim sobrevêm, você convence a si mesmo que ele não está ali, ou se convence que ele é mais agradável do que desconfortável.
A tática do Buda é o oposto. Ao invés de esconder ou disfarçar, o ensinamento do Buda encoraja-o a examinar exaustivamente. O Budismo aconselha-o a não acrescentar sensações que na verdade não tenha e a não evitar sensações que você tenha. Se é miserável você é miserável; esta é a realidade, isto é o que está acontecendo, então se confronte com isto. Olhe de frente, sem hesitar. Quando estiver tendo um tempo ruim, ruim é isto, observe atentamente, estude o fenômeno e aprenda seu mecanismo.
O jeito de se escapar de uma armadilha é estudar a própria armadilha, aprender como ela foi construída. Você faz isto tomando a coisa em separado, peça por peça. A armadilha não poderá lhe pegar se tiver sido
examinada parte por parte. O resultado é liberdade.
Bhante Henepola Gunaratana
A Meditação da Plena Atenção, Tradução da equipe da Casa do Dharma
O homem polarizado no Corpo dos Desejos (Astral)
(...) O mesmo acontece com o Ego (Alma). Ele trabalha com um corpo triplo, o qual controla, ou devia controlar, através da mente. Mas, é triste dizer, este corpo tem sua própria vontade e é freqüentemente ajudado e induzido pela mente, frustrando assim os propósitos do Ego.
Esta antagônica “vontade inferior” é uma expressão da parte superior do corpo de desejos. Quando a separação do Sol, Lua e Terra aconteceu, no início da Época Lemúria, a porção mais adiantada da humanidade em formação sofreu a divisão do corpo de desejos
em parte superior e parte inferior. O resto da humanidade o fez no início da Época Atlante.
Esta parte superior do corpo de desejos tornou-se um tipo de alma animal. Construiu o sistema nervoso cérebro-espinhal e os músculos voluntários, controlando a parte do tríplice corpo até que o elo da mente foi dado. Então, a mente uniu-se com esta alma animal
e tornou-se uma co-regente.
A mente está, assim, atada ao desejo, emaranhada na natureza inferior egoísta, dificultando ao Espírito o controle do corpo. A mente focalizadora, que devia ser a aliada da natureza superior, está alienada, ligada à natureza inferior e escravizada pelo desejo.
A lei das Religiões de Raça foi trazida para emancipar o intelecto do desejo. O “medo de Deus” veio para se opor aos “desejos da carne”. Isto, no entanto, não foi suficiente para capacitar o ser humano a se tornar senhor do corpo e assegurar sua cooperação voluntária. Tornou-se necessário para o Espírito encontrar no corpo um ponto de apoio que não estivesse sob a influência da natureza de desejos. Todos os músculos são expressões do corpo de desejos e um caminho livre para a traiçoeira mente que reina suprema, aliada ao desejo.
Max Heindel
O Corpo de Desejos
Intenção
Segurar a flecha é estar em contacto com a sua intenção.
É preciso olhar todo seu comprimento, ver se as plumas que guiam seu vôo estão bem colocadas, verificar a ponta, ter certeza de que ela está afiada. Certificar-se que está reta, não foi curvada ou danificada por um tiro anterior.
A flecha, como sua simplicidade e leveza, pode parecer frágil – mas a força do arqueiro faz com que ela consiga carregar para longe a energia de seu corpo e de sua mente. Conta a lenda que uma simples flecha já foi capaz de afundar um navio, porque o homem que a atirou sabia onde estava a parte mais fraca da madeira, e assim abriu um buraco que fez com que a água penetrasse sem ruído no porão, destruindo a ameaça dos invasores de sua aldeia.
A flecha é a intenção que deixa a mão do arqueiro, e parte em direção ao alvo – portanto, ela é livre em seu vôo, e irá seguir o caminho que lhe foi destinado no momento do tiro.
Será tocada pelo vento e pela gravidade, mas isso é parte do seu percurso: uma folha não deixa de ser folha só porque uma tempestade a arrancou da árvore.
Assim é a intenção do homem: perfeita, reta, afiada, firme, precisa. Ninguém consegue detê-la enquanto cruza o espaço que a separa do seu destino.
Paulo Coelho
O Caminho do Arco
Síntese da Iluminação
Podemos sintetizar aquilo que nos separa de nossa existência atual da existência "Iluminada" em dois pontos:
1. Eliminação dos obscurecimentos Emocionais.
2. Eliminação dos obscurecimentos Cognitivos.
Estudar, meditar e praticar sobre esses dois pontos resume todo nosso trabalho aqui na Terra.
1. Eliminação dos obscurecimentos Emocionais.
2. Eliminação dos obscurecimentos Cognitivos.
Estudar, meditar e praticar sobre esses dois pontos resume todo nosso trabalho aqui na Terra.
Karma (ação) não aprisiona
O Karma, como tal, não tem capacidade de aprisionar; é a arrogância: "eu sou o executor", que causa apego e escravidão. Novamente, é o desejo pelo fruto da ação que produz a escravidão.
Por exemplo: o zero tem valor apenas quando em associação com um algarismo. Karma é zero; o sentimento de "fazedor", quando associado ao Karma, gera escravidão. Então, abandone o sentimento de "eu" e o Karma que você realiza nunca irá prejudicá-lo.
Karma feito sem qualquer desejo por seus frutos não produzirá impulsos, ou seja, não haverá nenhum impulso até mesmo para um nascimento. Os aspirantes espirituais do passado realizaram Karma com esse ideal em vista. Eles nunca sentiram que eram os "fazedores" ou "desfrutadores dos frutos" de qualquer ato.
O Senhor fez, o Senhor deu o fruto e o Senhor desfrutou do fruto - essa era sua convicção! Você também deve cultivar tal fé.
Sathya Sai Baba
Pratique
A prática é definitivamente imprescindível.
Podeis vos assentar e escutar-me, uma hora, diariamente, mas se não praticais, não dareis um só passo adiante. Depende, tudo, da prática. Nunca entenderemos estas coisas enquanto não fizermos a experiência. Temos de vê-las, senti-las, nós mesmos.
Somente ouvir explicações e teorias não basta.
Swami Vivekananda
Raja Yoga
Mente desperta
A possibilidade de um homem mudar a si mesmo,
se aperfeiçoar, se recriar, controlar o ambiente e dominar o próprio destino
é a conclusão a que chega toda mente que esteja bem desperta para
o poder do pensamento correto em ação construtiva.
Larsen
Em que está baseada a Linguagem Correta?
1) Está baseada em ouvir a voz do silêncio.
"Dê-me o ouvido o aluno, para saber como falar."
2) Baseada na meditação.
"Através da meditação podemos corrigir os erros do mal canto."
3) Baseada na verdade, ou de acordo com a realidade.
Alice Bailey
ESTUDIOS SOBRE LA "DOCTRINA SECRETA"
Parte 1: Sonido y Lenguaje
Seja flexível para atingir a meta
(...) Junte-se aos que são flexíveis como a madeira do seu arco, e entendem os sinais do caminho. São pessoas que não hesitam em mudar de curso quando descobrem uma barreira intransponível, ou quando vislumbram uma oportunidade melhor.
Essas é a qualidade da água: contornar rochas, adaptar-se ao curso do rio, as vezes transformar-se em lago até que a depressão esteja cheia e possa continuar seu caminho, porque a água não esquece que seu destino é o mar, e mais cedo ou mais tarde deverá chegar até ele. (...)
Paulo Coelho
O Caminho do Arco
Como ajudar o próximo
Ajudar os outros aliviando suas necessidades físicas é muito importante, porém o auxílio é tanto maior quanto maior é a necessidade e duradouro o auxílio. Se as necessidades de um homem podem ser aliviadas durante uma hora, devemos ajudá-lo; se podem ser remediadas por um ano, o auxílio será maior; porém se for eliminado para sempre, este será, sem dúvida, o melhor auxílio que lhes será prestado.
O conhecimento espiritual é o único que pode destruir nossas misérias para sempre; os demais só satisfazem as necessidades por algum tempo. O conhecimento do espírito é o único que consegue destruir para sempre o desejo; assim, o auxílio espiritual é o mais elevado auxílio que se pode oferecer ao homem.
Quem dá conhecimento espiritual é o maior benfeitor do gênero humano, e por isto vemos que foram sempre os homens de maior poder que auxiliaram a humanidade em suas necessidades espirituais, porque a espiritualidade é a verdadeira base de nossa vida.
Swami Vivekananda
Karma Yoga
Tao Te Ching - Aforismo 48 - Nada
Nada
Aquele que busca conhecimento, aprende algo novo todos os dias.
Aquele que busca o Tao (o caminho), desaprende algo todos os dias.
Menos e cada vez menos é feito
até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo.
Lao Tse
Mentiras que contamos para nós mesmos
Há um obstáculo definido, uma razão categórica pela qual não podemos, tal como somos, ter consciência. Esse obstáculo principal no caminho do desenvolvimento é a mentira. Já me referi a mentira, mas devemos falar sobre ela, pois não sabemos o que significa, visto que nunca estudamos essa questão com seriedade. Contudo, a psicologia da mentira é realmente a parte mais importante do estudo do ser humano. Se o homem pudesse ser descrito por um tipo de animal, diríamos que é um animal que mente.
Deixarei de lado todas as mentiras externas e só levarei em conta a mentira do homem a si mesmo em relação a ele próprio. Essa é a razão pela qual estamos no estado que nos encontramos hoje e não podemos chegar à um estado de consciência melhor, mais elevado, mais poderoso e eficaz. De acordo com o sistema que estamos estudando agora, não podemos conhecer a verdade, porque esta só pode ser alcançada no estado de consciência objetiva. Deste modo, não podemos definir o que é verdade, mas se considerarmos que a mentira é o oposto da verdade, podemos definir mentira.
A mentira mais séria se dá quando sabemos muito bem que não conhecemos e nem podemos conhecer a verdade sobre as coisas, e contudo, jamais agimos de acordo com isso. Sempre pensamos e agimos como se conhecêssemos a verdade. Isto é mentir. Quando sei que não conheço alguma coisa e, ao mesmo tempo, digo que conheço ou ajo como se conhecesse, isso é mentir. Por exemplo, não sabemos nada a nosso próprio respeito e realmente sabemos que não conhecemos nada; entretanto nunca reconhecemos ou admitimos esse fato; já mais confessamos até mesmo a nós; agimos, pensamos, falamos como se soubéssemos quem somos. Essa é a origem, o começo da mentira.
Quando compreendemos isso e seguimos essa direção e tentarmos relacionar essa ideia com tudo o que pensamos, dizemos e fazemos, começamos a remover os obstáculos que estão no caminho da consciência.
Porém a psicologia da mentira é muito mais difícil do que pensamos, porque há muitos tipos de mentiras e muitas formas muito sutis, difíceis de descobrir em nós mesmos. Nos outros nós vemos de forma comparativamente fácil, mas não em nós mesmos.
Ouspensky
Quarto Caminho
"Somos advogados de nossos defeitos e juízes dos defeitos alheios."
Permissividade: a base das emoções negativas
(...) as emoções negativas são geralmente baseadas em algum tipo de fraqueza, porque na base delas há em geral uma espécie de auto-indulgência - somos permissivos. E, se não somos permissivos com os medos, somos com a raiva, e, se não com a raiva, com a autocompaixão
As emoções negativas sempre se baseiam em algum tipo de permissividade.
Ouspensky
Quarto Caminho
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